O Natal chegou ao debate quinzenal. A líder do CDS ofereceu esta quinta-feira três prendas ao primeiro-ministro: uns óculos, um soro da verdade e um dossier com as propostas apresentadas pelos centristas em 2016.
O debate já levava cerca de uma hora e meia, animado pela questão dos lesados do BES, salário mínimo nacional, problemas nas escolas e na Saúde, quando Assunção Cristas protagonizou o momento insólito.
A líder do CDS ofereceu ao primeiro-ministro, António Costa, as três prendas embrulhadas numa caixa com as cores verde e vermelha e um laço dourado.
“Ofereço-lho um par de óculos, porque o senhor primeiro-ministro, às vezes, vê as coisas desfocadas, não é tudo cor-de-rosa. O soro da verdade é para para olhar de forma objectiva para as políticas do anterior Governo”, explicou Assunção Cristas.
O último presente foi o pacote das propostas que o CDS apresentou ao longo do último ano, com medidas para a promoção da natalidade, saúde, educação, entre outras. “Espero que seja leitura inspiradora para o novo ano”, atirou a líder centrista.
António Costa agradeceu e prometeu oferecer um “espelho retrovisor” para Assunção Cristas “falar com maior prudência sobre o futuro”.
“Fico muito agradecido. Sempre achei que daria uma boa 'Mãe
Natal' e não me enganei. Agradeço os óculos e o soro, porque a busca pela verdade é sempre um trabalho incessante. Se me puder inspirar em boas ideias do CDS,
agradeço as prendas que me fez a gentiliza de trazer", respondeu o primeiro-ministro.
O CDS tinha confrontado o Governo com os problemas nas escolas, nomeadamente na de Carcavelos que pode não reabrir no início do segundo período por falta de condições, e Costa aproveitou a rábula das prendas para voltar ao tema.
"O Orçamento do Estado prevê o início de obras em mais de 200 escolas, obras
que ficaram paralisadas quando vossas excelências chegaram ao Governo e diabolizaram do
investimento no parque escolar", lamentou o chefe do Governo.
António Costa também disse que gostaria de receber propostas em forma de "prenda" da bancada do PSD. O líder social-democrata, Pedro Passos Coelho, retirou-se da sala para dar lugar a uma intervenção à mesa do vice-presidente do partido. Marco António Costa fez saber que o PSD não tinha gostado deste gesto de "mau gosto" do primeiro-ministro.