"A ideia é que todos fiquem a saber como os polícias são tratados". Quem o diz é o presidente da Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, acerca dos protestos que as forças de segurança vão realizar antes e durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa.
César Nogueira promete várias ações de protesto de elementos de cinco forças de segurança - PSP, GNR, ASAE, Polícia Marítima e Guarda Prisional - na semana que antecede à JMJ e durante o evento. "Vamos estar em vários locais, nos aeroportos do Porto, Lisboa e Faro, no Porto Marítimo de Lisboa, na Gare do Oriente, e em algumas fronteiras também vamos estar concentrados a distribuir panfletos e a falar com as pessoas, para passar a nossa mensagem, de como somos considerados pelo Governo", explica.
Em causa estão "os vencimentos, os subsistemas de saúde, a falta de efetivos e as condições de trabalho", sublinha César Nogueira.
Em conferência de imprensa ao início da tarde, no Porto, o responsável avisa que os protestos vão ser visiveis a todos, "inclusive Sua Santidade que estará a ser recebido pelo Presidente da República", referindo-se à manifestação que pretendem realizar a 2 de agosto, junto ao Palácio de Belém, numa altura em que Marcelo Rebelo de Sousa deve estar a receber o Papa Francisco.
César Nogueira acusa Marcelo Rebelo de Sousa de muita palavra e pouca ação. "O próprio Presidente que tanto fala das forças de segurança não tem feito junto do Governo aquilo que pretendemos que é influênciar para que, de facto, haja essas reuniões de negociação para que algo aconteça", conclui.
PSP, GNR, ASAE, Polícia Marítima e Guarda Prisional, vão estar em protesto na semana da Jornada Mundial da Juventude e antes, nos dias 24, 25 e 26 de julho.
Também a Associação Sindical dos Profissionais da PSP e o Sindicato Nacional da Polícia tinham já anunciado protestos para o período da JMJ. Em resposta, há cerca de um mês o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, rejeitou que os protestos prejudiquem a segurança do evento e garantiu "condições de dignidade" para os polícias envolvidos.