Francisco Benitez é duro na criticas ao atual estado do Benfica e, em particular, à liderança de Rui Costa, com quem esgrimiu argumentos nas eleições de outubro do ano passado.
Na sequência das declarações do presidente, após a derrota com o Gil Vicente, o empresário conclui que o emblema encarnado é um "grande barco à deriva e tem um timoneiro perdido e uma tripulação desorientada".
Benitez acrescenta que os adeptos que há quatro meses elegeram Rui Costa, com 84% dos votos, mostraram, na quarta-feira, "a frustração de quem deu um voto de confiança" a uma direção que, segundo o empresário, continua a usar "os mesmos processo e as mesmas pessoas" da gestão anterior, de Luís Filipe Vieira.
Benitez aponta falhas no discurso de união, promovido por Rui Costa, após a derrota com o Gil Vicente, na Luz. Desde logo, sublinha que o presidente não pode pedir união à nação benfiquista.
"Essa conquista tem de partir de dentro do clube. Olhamos para o campo e vemos que nem em campo há união. Olhamos para a estrutura e vemos que nem aí há união. Então, dentro do Benfica não há união e andamos a pedi-la aos adeptos?", questiona em declarações a Bola Branca.
Rui Costa foi ainda crítico com a arbitragem de Artur Soares Dias, mas também aí há discordância. O candidato derrotado nas últimas eleições afirma que o líder das águias já vem "tarde demais", quando a equipa está "a 12 pontos" do líder FC Porto.
Depois de um mercado de janeiro sem caras novas, Benitez classifica a circunstância como mais "um sinal de falta de orientação" e não só. O presidente das águias prometeu aposta na formação e o empresário não percebe por que "na equipa ficaram jogadores" sem o selo do Seixal e saíram Ferro e Gedson nascidos no centro de treinos dos encarnados.
As últimas eleições aconteceram há quatro meses e Benítez não advoga nova ida às urnas. Essa, porém, será uma decisão do atual líder das águias.
"Rui Costa tem a responsabilidade de nos guiar às vitórias, se não for capaz de o fazer terá de ser uma opção dele e eu espero que não o venha a fazer rapidamente. O Benfica não pode estar permanentemente em eleições", remata.