Uma oportunidade para estar junto de famílias “diferentes da sua realidade” é uma das motivações que leva Catarina e Nuno Fortes, da pastoral familiar do Patriarcado de Lisboa, a participar no IX Encontro Mundial de Famílias (EMF), que esta terça-feira começa em Dublin.
“A vida familiar é uma realidade complexa com perturbações e alegrias. Tudo isto se integra na vida e é nestes contextos que precisamos trabalhar. A pastoral familiar faz-se não apenas para celebrar ocasiões belas, como é o caso dos sacramentos, como para acompanhar as famílias nas inquietações e dificuldades”, sublinha Nuno Fortes à agência Ecclesia, antes de partir.
Catarina lembra, por seu lado, que as propostas dos painéis do Encontro são extraídas da Exortação Apostólica “A Alegria do Amor” e sublinha que “na Igreja não há receitas de sucesso, trata-se de um trabalho de ‘pesca à linha’, caso a caso, indo ao encontro de cada realidade”.
O facto de ser um trabalho “testemunhal” permite ir ao encontro de quem está fora “dos movimentos ou da dinâmica paroquial”, acrescenta.
O casal do Patriarcado de Lisboa desenvolve o seu trabalho na formação de novos agentes de pastoral familiar e procura realçar o respeito por “ritmos e sensibilidades diferentes”.
“O que nos é proposto é que o acompanhamento pastoral utilize um discernimento associado a duas mãos: uma que ensina e outra que acolhe”, explica Nuno Fortes. Mais do que uma pastoral de acontecimento “que promove atividades, é uma pastoral transversal que pretende colaborar com as demais pastorais na Igreja”, acrescenta.
O Papa junta-se ao Encontro de Dublin no sábado. Para Nuno, a reflexão em torno da família que o Francisco tem desencadeado representa uma oportunidade e uma necessidade.
“Não podemos nunca de deixar de alimentar a família, célula base da Igreja e da sociedade” sem deixar de escutar os apelos do Papa para acompanhar “situações e fragilidades concretas”, defende.
Francisco “tem o dom de saber comunicar Deus à sociedade. Que bom que é ter a família no centro e podemos falar do importante que ser família, do seu poder evangelizador e também sujeito de evangelização”, afirma Catarina.
Antes da chegada do Papa, acontece o congresso com propostas de painéis variados, que cruzam temas como a violência doméstica, o convívio com diferentes gerações, os desafios digitais, o acolhimento de imigrantes, os desafios da pobreza, vocações e discernimento nas famílias, o cuidado com crianças e adultos desprotegidos, entre tantos outros.
“O Evangelho da família, alegria para o mundo” é o tema do IX Encontro Mundial de Famílias. A organização prevê cerca de 500 mil pessoas na eucaristia de encerramento em Phoenix Park, presidida pelo Papa Francisco, no domingo.