Será em breve publicado em Diário da República. A Semana Santa e a Festa do Espírito Santo do Sardoal, no distrito de Santarém, foram inscritas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
A decisão da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) surge num despacho assinado pela subdiretora-geral, Rita Jerónimo. Em comunicado, a DGPC indica “a manifestação em Sardoal assenta na riqueza das festividades e na forte valorização da tradição da Páscoa”.
A tradição com “reconhecido enraizamento histórico, religioso e espiritual” é, segundo a DGPC uma prática com “relevância” e que espelha um “reflexo identitário da comunidade no presente, a sua importância histórica e influência social, cultural e religiosa no território em que se insere”
A DGPC sublinha ainda a “valorização das dinâmicas de reprodução e transmissão desenvolvidas entre gerações” desta tradição da qual se desconhece a data em que terá começado.
No comunicado a DGPC explica que estas tradições agora inscritas no inventário, decorrem “no âmbito do ciclo pascal do município de Sardoal, em Santarém” e que reúne “um conjunto de atividades de cariz religioso que integram a vivência fortemente ritualizada da Quaresma e da Semana Santa”.
“As celebrações têm início duas semanas antes da data fixada pelo calendário litúrgico para a Páscoa, com a “Procissão dos Passos”, e encerram 50 dias após o Domingo de Páscoa, com a “Festa do Espírito Santo” ou “Festa do Bodo”. Destacam-se outros momentos como a “Bênção e Procissão dos Ramos” no Domingo de Ramos, celebração que introduz a Semana Santa; e uns dias depois, a “Procissão do Senhor da Misericórdia”, também conhecida como “Procissão dos Fogaréus, da Visitação ou do Mandato”, que decorre de noite à luz de pequenos fogachos ou archotes”.
Existem documentos que atestam que esta tradição decorre pelo menos desde meados do século XVIII. “Existem ainda outros momentos, como a “Procissão do Enterro do Senhor” na tarde de Sexta-Feira Santa, e a “Procissão e o Anúncio Solene da Ressurreição do Senhor” no Domingo de Páscoa” que marcam estas celebrações.
O pedido para a inscrição no Inventário Nacional do Património Imaterial foi feito pela autarquia do Sardoal, depois de um “processo de investigação no terreno conduzido em grande parte desde 2017, em estreita colaboração com os elementos diretamente envolvidos na manifestação”, refere o comunicado.