A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, manteve esta quinta-feira uma série de encontros com os presidentes das instituições europeias (Parlamento, Comissão e Conselho), em Bruxelas, para dar "um sinal" de que o novo Governo que lidera defende o "interesse nacional", mas está disponível para cooperar, dentro da dimensão europeia e "em conjunto" com os restantes Estados-membros.
Foi a sua primeira visita externa desde que assumiu o cargo. Com a primazia que dedicou a Bruxelas e à União Europeia, a líder do partido de extrema-direita e eurocético Fratelli d'Italia e do Governo de coligação - que conta ainda com a Lega de Matteo Salvini e Forza Italia de Silvio Berlusconi - envia a mensagem de pretender uma cooperação entre o seu Governo, o poder comunitário e os restantes 26 países.
Esta primeira visita a Bruxelas, serve "para dar o sinal de uma Itália que quer participar, colaborar e defender o interesse nacional dentro da dimensão europeia, procurando soluções melhores em conjunto com os outros países sobre os grandes desafios que enfrentamos", afirmou ao final da tarde, numa declaração aos jornalistas sem direito a perguntas porque tinha ainda um jantar de trabalho com o presidente do Conselho.
Os encontros serviram para discutir alguns dos principais desafios que a Itália enfrenta. Desde a guerra na Ucrânia aos preços da energia, passando pela implementação do plano de recuperação de que a Itália muito depende, sendo o principal beneficiário da UE - cerca de 200 mil milhões de euros entre subvenções e empréstimos.
Outro assunto abordado nas conversas foi a política migratória da UE. Meloni afirmou aquilo que classificou de "mudança" da "posição italiana" do novo Governo para quem, disse, "a prioridade, já prevista nas normativas europeias, é a defesa das fronteiras externas" da UE. "É um assunto muito delicado e importante" reconheceu mas garantiu ter encontrado "ouvidos disponíveis" em Bruxelas.