O secretário de Conselho de Segurança de Rússia, Nikolai Patrushev, avisou a Lituânia, esta terça-feira, de que a resposta da Rússia à decisão de limitar, em parte, o tráfego de mercadorias para o enclave russo de Kaliningrado, no mar Báltico, terá graves consequências para aquela população.
A Rússia "irá certamente responder a tais ações hostis", disse Patrushev, acenando com medidas que serão “aprovadas num futuro próximo”, com “consequências que irão afetar gravemente a população da Lituânia".
A agência russa Interfax cita o porta-voz do Conselho de Segurança russo, Evgeny Anoshin, segudo o qual, Patrushev discutiu com as autoridades de Kaliningrado os "problemas de acessibilidade dos transportes" a esta região.
Além disso, discutiu medidas para "garantir o funcionamento ininterrupto do sistema energético de Kaliningrado, e problemas relacionados com a manutenção da linha de fibra ótica submarina que liga esta região" com outras zonas do país.
Kaliningrado, anexado da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial em 1945, é um enclave que está isolado do resto da Rússia e faz fronteira com dois países da União Europeia (UE) e da NATO, a Lituânia e a Polónia.
As autoridades lituanas tomaram a decisão de restringir a partir de sábado o tráfego ferroviário através do seu território para Kaliningrado, como parte das sanções impostas à Rússia pela sua "campanha militar" na Ucrânia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros lituano, Gabrielius Landsbergis, sublinhou que “não é a Lituânia que está a fazer o que quer que seja”, mas sim “as sanções europeias que entraram em vigor a 17 de junho”.
A lista de sanções da UE inclui carvão, metais, materiais de construção e tecnologia avançada, e o governador russo da região de Kaliningrado, Anton Alikhanov, estimou que as cargas bloqueadas constituem “entre 40 a 50%” do total das importações do território.
Alikhanov admitiu também que as autoridades lituanas informaram o Serviço Ferroviário de Kaliningrado da sua decisão.