De surpresa na convenção da Aliança Democrática, Pedro Santana Lopes arrancou muitos aplausos e revelou que foi convidado pelo próprio Luís Montenegro a subir a palco, depois do vice-presidente do PSD, Miguel Pinto Luz, e do secretário-geral, Hugo Soares, ter dito que este não era o momento para ex-líderes do partido, para justificar a ausência de Pedro Passos Coelho.
O ex-líder do PSD e antigo primeiro-ministro começou por saudar o regresso do CDS à Assembleia da República: "Temos de dar graças a Deus por ser possível reeditar esta coligação que já tanto fez por Portugal".
Santana Lopes lembrou os governos de Sá Carneiro, Cavaco Silva, Balsemão, Durão Barroso e Passos Coelho, mas também um "pequenino Governo que foi mandado fora, pelas razões que sabem", referindo-se ao seu, e atacou o PS, que diz não merecer ganhar em março as eleições legislativas. E usa José Mourinho, que foi recentemente despedido da Roma, como exemplo.
"Agora até um treinador português, que alguns dizem que é o melhor treinador português, outros dizem que é o melhor do mundo, foi despedido do seu clube. Porquê? Porque apesar de ser o melhor do mundo, quando os resultados não surgem, tem que ser substituído. Os governantes do PS podem dizer que são tudo menos que são os melhores do mundo, da Europa ou do país. E falharam tanto nos resultados, que é óbvio que têm que ser substituídos", afirmou.
Reconhecendo que nem sempre concordou com Luís Montenegro, Santana Lopes disse que é necessário deixar de lado as divergências - até porque "a discordância faz parte da vida" - e até teceu elogios, referindo-o como um "líder carismático e determinado" quando assumiu que só governa "se ganhar as eleições" legislativas de 10 de março.
E aproveitou para atacar o PS: "Como é que um Partido Socialista não pede desculpa. Primeiro aos portugueses, depois aos congéneres. Somos socialistas e deixámos as políticas sociais num estado lamentável. A saúde, a educação, a habitação, a Segurança Social. mas que Partido Socialista é este?", questionou.