O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse esta terça-feira ao Parlamento de Malta que, apesar dos pedidos, a Ucrânia não recebeu a quantidade de armas que necessita para romper o cerco a Mariupol e retomar a cidade.
Zelenskiy disse que os defensores "vão prosseguir a resistência na fábrica de Azovstal".
"Estamos a recorrer a todos os instrumentos diplomáticos possíveis para os salvar, mas a Rússia não tem aceitado nenhuma das opções propostas. Pedimos aos nossos parceiros que forneçam armas com o objetivo de libertar Mariupol e salvar o pessoal civil e militar", adiantou.
No entanto, disse no decurso da sua intervenção por videoconferência, não foram fornecidas as quantidades de armas necessárias. Zelenskiy adiantou que cidades e outras povoações ucranianas foram atingidas por 2.250 mísseis nos dois meses e meio de invasão. "Os bombardeamentos não param, nem durante o dia, nem durante a noite", disse.
O líder de Kiev também disse que o bloqueio russo dos portos no mar Negro e mar de Azov estão a impedir a exportação de produtos cerealíferos e outros, que irá originar uma crise no mercado de alimentação à escala global.
"Se não podemos exportar trigo, cevada, sementes de girassol, óleo de girassol, isso significa que a população do norte de África e Ásia vai ficar com falta de comida e os preços vão subir", disse Zelenskiy. "Mais tarde, poderá haver um novo caos e uma nova crise migratória, e penso que vão sentir esta crise nas regiões vizinhas de Malta".