O Ministério Público volta a somar erros no despacho de indiciação da Operação Influencer, que levou à demissão de António Costa como primeiro-ministro. Desta vez, o documento refere uma reunião na sede do PS entre o ex-chefe de gabinete Vítor Escária, Diogo Lacerda Machado, consultor da Start Campus, e o então CEO da empresa, Afonso Salema, que nunca aconteceu.
Segundo o Expresso, Escária negou ao juiz de instrução que alguma vez se tivesse reunido com Lacerda Machado e Salema no Largo do Rato, com três fontes ligadas ao processo a confirmarem ao semanário que os procuradores acabaram por admitir que tinham errado, justificando o erro como uma má interpretação das escutas.
Nestas, um dos intervenientes na chamada terá referido que estava a passar pela sede do partido enquanto falava ao telefone, levando ao engano quanto ao local da referida reunião.
Em tribunal, Vítor Escária confirmou que se encontrou com Lacerda Machado e Salema por quatro vezes, no seu gabinete em São Bento, para falarem sobre o negócio do Data Center em Sines.
O erro factual acontece depois de um engano pelo Ministério Público numa portaria aprovada por João Galamba, então secretário de Estado, que nada tem a ver com o projeto em Sines, e de um lapso na transcrição de uma escuta telefónica, numa conversa entre Lacerda Machado e Salema, em que se referem a António Costa, que o MP entendeu ser o primeiro-ministro, mas que na realidade era o ministro da Economia, António Costa Silva.