O incêndio de Odemira em fase de resolução e o incêndio em Castelo Branco, que já está dominado, consumiram mais área ardida do que todos os incêndios registados desde o início do ano.
No espaço de seis dias, os dois fogos resultaram em mais de 15 mil hectares de área ardida, quando até ao final de julho Portugal registava pouco mais de 10 mil hectares, segundo números do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
O incêndio que atingiu os concelhos de Castelo Branco e Proença-a-Nova começou na passada sexta-feira e entrou em “fase de resolução” no domingo. Nesse período consumiu mais de 6.500 hectares, segundo números provisórios do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).
Para comparação, esta é uma área superior à dos concelhos de Matosinhos ou Oeiras.
O incêndio em Odemira, que começou um dia depois e só entrou em fase de resolução esta quarta-feira, atingiu uma área ainda maior: mais de 8.500 hectares, superior a concelhos como Maia, Funchal ou Almada.
Até ao final do passado mês de julho, Portugal ainda não tinha registado qualquer incêndio com mais de mil hectares de área ardida em 2023 - desde 2018 que tal não acontecia.
Este ano registou também uma área ardida 70% inferior à média dos últimos 10 anos, com 2023 a ser o terceiro ano da última década com menor número de incêndios rurais até ao final de julho e o 4.º ano com menor área ardida neste período.
No ano passado, o incêndio com maior área ardida foi o que ocorreu na Serra da Estrela, no início de agosto, consumindo mais de 24 mil hectares. O segundo ocorreu em Murça, no distrito de Vila Real, e consumiu menos área ardida que o incêndio em Odemira.