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As autoridades de saúde de Portugal anunciaram, esta segunda-feira, a suspensão da vacina da AstraZeneca para a Covid-19, como medida de "precaução extrema".
A informação foi avançada pelo presidente do Infarmed, Rui Ivo, em conferência de imprensa, na sequência de novos casos de reações adversas ao nível europeu. As autoridades da saúde dos Açores e da Madeira anunciaram a mesma medida ao longo da noite.
A notícia é conhecida no dia em que Espanha, Alemanha, Itália e França avançaram com a suspensão preventiva da vacina do fármaco criado pela farmacêutica em colaboração com a Universidade de Oxford.
Em Portugal foram registadas duas reações adversas (coágulos sanguíneos) em pessoas que tomaram a vacina da AstraZeneca, mas são distintos de outros ocorridos na Europa, disse Rui Ivo. "Essas situações estão totalmente em recuperação”, sublinhou o presidente do Infarmed.
“Apesar das reações adversas serem graves, são extremamente raras”, declarou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, na mesma conferência de imprensa.
A responsável pela DGS sublinha que estão notificados apenas alguns casos e que já foram administradas 17 milhões de doses na Europa.
O que fazer em caso de mal-estar persistente
A diretora-geral da Saúde considera que as pessoas que tomaram a vacina da AstraZeneca devem estar calmas, mas ao mesmo tempo vigilantes quanto a possíveis efeitos secundários.
"A minha palavra principal palavra vai para as pessoas que em Portugal foram vacinadas com esta vacina. Se foi vacinado mantenha-se tranquilo. Estas reações são extremamente raras e em Portugal não foram reportados fenómenos semelhantes aos de outros países”, disse Graça Freitas.
“No entanto, gostava também que se mantivessem atentos. Se sentir mal-estar persistente, durante alguns dias, sobretudo se esse mal-estar for acompanhado de nódoas negras ou hemorragias cutâneas, não hesite e consulte um médico”, sublinhou a diretora-geral da Saúde.
As autoridades de saúde mantêm toda a confiança na vacinação contra a Covid-19 e apelam a todos que se continuem a vacinar de acordo com o calendário definido, diz Graça Freitas.
E quem tomou a primeira dose?
Questionada sobre as pessoas que já tomaram a primeira dose da vacina da AstraZeneca, a diretora-geral da Saúde acredita que, até à data da segunda dose, haverá uma conclusão das investigações e novas indicações por parte da Agência Europeia do Medicamento (EMA).
"Está prevista que a segunda dose ocorra daqui a bastante tempo e, neste intervalo, a EMA e todas as agências nacionais e autoridades de saúde vão chegar a uma conclusão nos dados que têm de fármaco-vigilância. Essa questão de momento não se põe. Vamos aguardar que a EMA dê resposta a essas dúvidas", declarou Graça Freitas.
Vacinação de professores adiada
O coordenador da "task force" do plano de vacinação, o vice-almirante Gouveia e Melo, adianta que o processo de vacinação dos professores e pessoal não docente, que ia começar no fim de semana, vai ficar em pausa na sequência da suspensão da vacina da AstraZeneca.
“A principal consequência desta pausa é a alteração que teríamos para o fim de semana dos professores e pessoal não docente do pré-escolar e do primeiro ciclo. Com a decisão tomada hoje à tarde, os planos que já estavam em execução foram postos em pausa", disse Gouveia e Melo, em conferência de imprensa.
O vice-almirante prevê que este contratempo com as vacinas da AstraZeneca provoque um atrasos de duas semanas na primeira fase do plano de vacinação, que estará concluído em abril.
Em Portugal já foram administradas 400 mil vacinas da AstraZeneca. Agora, 200 mil ficarão em armazém até decisão da EMA, disse o vice-almirante.
Gouveia e Melo assegurou que os utentes com mais de 50 anos com comorbilidades não deixarão de ser vacinados com as doses disponíveis das outras vacinas autorizadas, da Pfizer e da Moderna.
"Eles serão atingidos não por esta vacina, mas serão vacinados com as vacinas que estão a ser utilizadas da Pfizer e da Moderna, adiando em cerca de duas semanas o seu processo de vacinação. Mas, em meados de abril todos esses utentes estarão vacinados", garantiu, acrescentando: "Vamos concentrar as vacinas que estão disponíveis nos grupos mais prioritários, diminuindo nos grupos de resiliência. Vamos conseguir cumprir com as metas que tínhamos determinado".
[Notícia atualizada às 22h34]