Em comunicado, o grupo parlamentar do Chega "exige que o Ministério Público investigue as pressões sofridas por Constança Urbano de Sousa", considerando que as acusações da deputada e vice-presidente da bancada do PS "revestem-se de extrema gravidade". .
No entender do partido, são "pressões graves, ilegítimas e injustas sobre uma deputada, ou seja, sobre o legislador, colocando em causa a independência que se exige a quem legisla". .
"O Partido Chega faz um apelo ao Ministério Público para que investigue as referidas pressões sofridas por Constança Urbano de Sousa, que apure todos os factos", lê-se no comunicado. .
A deputada e vice-presidente da bancada do PS que em 2020 disse hoje ter desistido de alterar a lei que abrange os descendentes dos judeus sefarditas por causa da onda de contestação e que sofreu pressões de figuras do PS.
Numa entrevista ao jornal Público, Constança Urbano de Sousa, que em 2020 procurou alterar a "lei do retorno" dos descendentes de judeus sefarditas, apontou o dedo a figuras como Manuel Alegre e Maria de Belém e insistiu que, na altura, alertou para a "comercialização" da nacionalidade portuguesa.
"Devido a pressões ao mais alto nível, acabei por recuar duas vezes. Primeiro, deixei cair a exigência de dois anos de residência, substituindo este requisito por uma qualquer conexão relevante a Portugal, que seria depois regulamentada, mas fui também obrigada a desistir desta proposta", afirmou na entrevista.
Em declarações à agência Lusa, o histórico socialista Manuel Alegre rejeitou qualquer tipo de pressão sobre a deputada, afirmando que apenas expressou a sua opinião. .
"Não sei o que é que ela quer dizer com forma de pressão. Ora, exprimir o nosso ponto de vista através de textos assinados coletivamente não é uma forma de pressão, é uma forma de exprimir uma opinião. E, aliás, quem é que seria pressionável ao mais alto nível? Quem é que ela pretende atingir?", inquiriu Manuel Alegre. .