​Antigo Hospital Militar de Belém renovado e pronto a receber doentes Covid-19
20-04-2020 - 17:15
 • Ana Rodrigues

Corpo clínico da unidade é assegurado pelo exército. Serão 52 pessoas a trabalhar, entre médicos, enfermeiros e auxiliares.

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O antigo Hospital Militar de Doenças Infectocontagiosas chegou a ser uma unidade pioneira neste campo, mas acabou por ser encerrado em 2013, aquando da fusão dos hospitais militares. Esta segunda-feira, e para integrar a luta contra pandemia, abre de novo as portas, como Centro de Apoio Militar - Covid 19.

As obras estão feitas e, segundo a secretária de Estado da Defesa e Recursos Humanos, a nova unidade “tem, para já, 30 camas disponíveis, mas o objetivo é ter em 150 pessoas em tratamento, em simultâneo, referenciadas pelo Serviço Nacional de Saúde”.

Em entrevista à Renascença, Catarina Sarmento e Castro refere que “as pessoas podem chegar a qualquer momento. Cabe agora às autoridades de saúde fazerem o encaminhamento dos doentes”.

No plano do combate ao surto do novo coronavírus, “terá como missão tratar doentes Covid com sintomas ligeiros, clinicamente estáveis ou que estarão mesmo assintomáticos”, acrescenta

A secretária de Estado da Defesa explica ainda que “as instalações estão prontas e o corpo clínico é assegurado pelo exército. Serão 52 pessoas a trabalhar nesta unidade, entre médicos, enfermeiros e auxiliares”.

O investimento previsto para esta reabilitação ronda os 500 mil euros, mas segundo o governo pode chegar aos 750 mil euros, dependendo do tipo de valências que se forem instalando.

Nesta altura os hospitais militares de Lisboa e do Porto têm internados 72 doentes infetados com Covid-19. Destes apenas dois são militares no ativo. Os restantes são reformados das forças armadas e da GNR e idosos que ali foram acolhidos depois de os lares onde se encontravam terem ficado sem condições.

Já a Marinha tem cerca de 770 camas disponíveis na base do Alfeite, para acolher profissionais de saúde e de segurança, e para doentes não graves. Nesta altura ficam ali vários médicos do hospital Garcia de Orta, de Almada, que não vão a casa para não porem em risco as famílias.

Portugal registou nesta segunda-feira mais 21 mortes (num total de 735) e um total de 20.863 casos de infecção pelo novo coronavírus, mais 657 do que no dia anterior.

A taxa de crescimento foi de 3,2%. Há ainda, segundo os dados da DGS, 1208 pessoas internadas e 215 em unidades de cuidados intensivos (menos nove do que no domingo). O número de recuperados mantém-se inalterado: são 610. Para se ser considerado “curado”, são precisos dois testes negativos.