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O líder do bloco independentista que ganhou a maioria absoluta no parlamento da Catalunha nas eleições de quinta-feira propõe um encontro com o primeiro-ministro espanhol fora de Espanha.
“Estou aberto a encontrar-me [com Rajoy] em Bruxelas ou num outro país europeu que não Espanha”, afirmou esta sexta-feira, na conferência de imprensa que deu na capital belga, onde se encontra exilado.
O regresso a Espanha não foi colocado de parte, mas apenas depois de serem dadas garantias de que pode tomar posse do governo da Catalunha, disse ainda.
Carles Puigdemont está na Bélgica desde Outubro, fugido à justiça espanhola que o acusa de sedição, rebelião e peculato, na sequência da declaração unilateral de independência da Catalunha, feita pelo governo a que presidia e do qual foi destituído pelo chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy.
Na origem de tudo esteve o referendo de dia 1 de Outubro, considerado ilegal pela justiça espanhola. Muitos dos elementos que integravam o executivo de Puigdemont foram presos.
Quando suspendeu a autonomia da Catalunha (artigo 155º da Constituição) e destituiu o presidente da Generalitat, Rajoy convocou eleições para dia 21 de Dezembro, que deram a maioria de votos aos constitucionalistas Cidadãos, mas a maioria absoluta de lugares no parlamento regional ao bloco independentista liderado por Carles Puigdemont.
Os separatistas esperam, agora, retomar o poder na região mais rica de Espanha. “É tempo de reparar os danos causados pelo artigo 155º”, afirmou o líder independentista em Bruxelas.
No seu entender, “começou uma nova etapa política na Catalunha e na Europa” e “Rajoy tem agora oportunidade de encontrar soluções e não criar mais problemas”.
Por isso, “é tempo de diálogo”, avisando, por outro lado, que “ou Rajoy altera a receita que tem usado” na problemática da Catalunha “ou mudaremos o país”.