Vladimir Putin vai ser novamente candidato à Presidência russa em 2024. O anúncio terá sido feito à margem de uma cerimónia de condecorações do Kremlin.
De acordo com a agência de notícias russa Ria Novosti, Putin deu a informação a um combatente russo na Ucrânia e deputado na região separatista de Donetsk, Artiom Joga. O militar terá perguntado a Putin se se ia candidatar a um novo mandato durante uma "conversa informal" com os participantes das condecorações com Estrelas Douradas.
Com uma vitória em 2024, Vladimir Putin permanecerá como Presidente da Rússia por mais seis anos, até 2030.
Putin chegou ao poder em 1999, como primeiro-ministro. Assumiu a presidência em 2000, substituindo Boris Ieltsin, e começou por ser visto como uma esperança de reforma da Rússia pelos países do Ocidente.
Essa esperança foi-se esbatendo ao longo do tempo, devido a perseguições políticas e às opções geoestratégicas de Putin. Voltou a ser primeiro-ministro entre 2008 e 2012, para cumprir a norma constitucional que impedia três mandatos consecutivos - Dmitry Medvedev foi eleito Presidente, mas logo nomeou Putin para primeiro-ministro.
Putin voltou à presidência em 2012, numa eleição marcada por acusações de fraude. Foi reeleito em 2018, já após a invasão da Crimeia e do leste ucraniano, da intervenção na Síria, e da intervenção na campanha presidencial de 2016 nos Estados Unidos da América.
Resultado da adoção de uma reforma constitucional controversa no auge da pandemia em 2020, Vladimir Putin pode permanecer no Kremlin até 2036.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou em meados de novembro que "o momento do anúncio" da candidatura de Vladimir Putin estava a aproximar-se, acreditando que este não teria nenhum rival credível.
Eleições de março de 2024 repartidas por três dias
A Comissão Eleitoral russa anunciou hoje que as próximas eleições presidenciais serão repartidas por três dias, de 15 a 17 de março de 2024, uma medida recente que, segundo os críticos do Kremlin, aumenta o risco de fraude eleitoral.
A Comissão Eleitoral "aprovou um período de votação de três dias para a eleição presidencial russa" na primeira volta, que deverá ter lugar de 15 a 17 de março, segundo um comunicado.
Os observadores e os opositores afirmam que as eleições na Rússia estão a ser marcadas por graves irregularidades e que os candidatos independentes não têm qualquer hipótese.
A votação ao longo de vários dias foi apresentada pelas autoridades como uma forma de reduzir o risco de contágio durante a pandemia de covid-19, um procedimento que entretanto foi mantido em várias eleições nacionais e regionais.
A oposição considera que a metodologia facilita a manipulação dos boletins de voto, uma vez que estes não são imediatamente contados no dia da votação e são armazenados durante três dias.