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Os Capacetes Brancos foram esta quinta-feira nomeados para o Prémio Nobel da Paz pelo trabalho feito na Síria: fornecimento de tratamento médico para os feridos e resgate de milhares de pessoas dos escombros da guerra. O vencedor do Nobel da Paz será anunciado a 7 de Outubro.
Desde 2013, o grupo “de defesa civil” sírio já salvou 60 mil vidas e os números continuam a aumentar, segundo o site oficial do grupo. Os Capacetes Brancos são apoiados por mais de 130 organizações.
Os três mil membros da organização – antigos padeiros, alfaiates, engenheiros, pintores e farmacêuticos, por exemplo – comprometem-se a ajudar todas as pessoas em necessidade, independentemente de origens religiosas ou políticas.
O grupo opera em todo o país, incluindo as províncias de Alepo, Idlib, Latakia, Homs, Deraa e Damasco.Um elemento da equipa, Ammar Aosalmo, disse à emissora televisiva Al Jazeera que “pelo menos 134 membros morreram em serviço”. “Eu arrisco a vida para salvar a dos outros. O grupo foi visto por muitos como a última esperança”, afirmou.
O chefe do grupo, Raed Al Saleh, pediu ao Conselho de Segurança da ONU para ajudar a impor uma “zona de exclusão aérea” para facilitar o resgate.
“As nossas equipas de resgate, desarmadas e neutras, salvaram mais de 60 mil pessoas dos ataques na Síria, mas há muitas outras pessoas que não conseguimos salvar. Há crianças presas em escombros que não conseguimos salvar porque não chegamos a todo o lado”, disse Raed Al Saleh.
O presidente do Instituto do Médio Oriente, Wendy Chamberlin, foi uma das pessoas que nomeou os Capacetes Brancos para o Prémio Nobel.
Citado pela Al Jazeera, Wendy Chamberlin explica que “o dever fundamental do governo é proteger os seus cidadãos”, pelo que está “chocado com as acções do regime sírio, que deliberadamente lançam bombas químicas sobre os seus civis”.
“No entanto, em face de tais horrores, a resposta corajosa de um grupo de voluntários sírios é realmente inspiradora”, disse.
O lema dos Capacetes Brancos foi extraído do Alcorão: "Salvar uma vida é salvar toda a humanidade."
[Notícia corrigida às 19h16. "Costureiros" foi corrigido para "alfaiates"]