A proposta da Iniciativa Liberal para que o Estado devolva a cada português os 3,2 mil milhões de euros que injetou na TAP foi chumbada na comissão de orçamento e finanças, e voltou a ter o mesmo resultado esta manhã na votação em plenário, com os votos contra do PS, PCP, Livre e Bloco de Esquerda e a abstenção do PSD, Chega e PAN.
João Cotrim Figueiredo defende que o Governo deve devolver aos cidadãos os montantes obtidos com a privatização da TAP. O deputado liberal tem a certeza que não se vai recuperar a totalidade do dinheiro da nacionalização e desafia os partidos a dizerem na campanha eleitoral o que vão fazer com a companhia aérea.
“Senhores deputados, querem eleitoralismo nesta altura então coloquem nos vossos programas o que querem fazer à TAP e digam aos portugueses que não vão ver nem metade do dinheiro de volta. Para nós, é claro, todo o cêntimo gerado pela venda da TAP deve ser devolvido aos portugueses” disse João Cotrim Figueiredo.
Do lado oposto do plenário, o partido comunista contesta esta ideia e o deputado Bruno Dias acusa a Iniciativa Liberal que aderir “à moda da motosserra” numa alusão a Javier Milei, o presidente eleito da Argentina.
“O que a Iniciativa Liberal nos apresenta, talvez aderindo à nova moda da motosserra é desmontar a TAP e dar a cada português uma pecinha de um avião para souvenir. Querem rifar a companhia aérea de bandeira querem entregar a cada um de nós uma peça de um reator para que a gente se lembre que em tempos houve uma companhia aérea de bandeira” referiu o deputado comunista Bruno Dias que aponta o papel estratégico da TAP no desenvolvimento do país e na sua soberania.
O líder parlamentar do partido Socialista também se juntou à discussão acesa no plenário para defender a atuação do governo na companhia aérea.
“Quando queremos uma TAP pública como um elemento central e estratégico, ainda que integrado em grandes grupos internacionais e alianças internacionais, os senhores dizem que não é suficiente” disse Eurico Brilhante Dias dirigindo-se à Iniciativa Liberal.
O líder parlamentar do PS defendeu ainda o governo no que toca à defesa dos professores. O PCP apresentou uma proposta para a contabilização integral do tempo de serviço dos professores, mas acabou e novo rejeitada em plenário com a abstenção do PSD.
O deputado social-democrata António Cunha não gostou das acusações feitas pelos comunistas e disse que “hipocrisia é terem apoiado o Governo durante a geringonça e nunca terem colocado essa como uma condição para que continuassem a governar”.