O fabricante francês Airbus admite que detetou problemas com o óleo no motor e no sistema de ar condicionado nos novos A330neo comprados pela TAP.
O reconhecimento destes problemas técnicos consta de uma carta, a que o "Jornal de Notícias" teve acesso.
Na origem dos maus cheiros detetados nos aviões estão pequenas gotas de óleo libertadas no arranque do motor e o sistema de ar condicionado. Em relação às náuseas, vómitos e desorientação sentidas pelos passageiros, estas queixas continuam sem reposta do fabricante.
A carta enviada pela Airbus à TAP tem a data de 7 de Junho, três semanas antes de a companhia ter garantido que não havia qualquer risco associado aos novos aviões.
Num comunicado interno enviado aos tripulantes, no dia 11 de julho, a TAP garantiu que efetuou testes a bordo dos novos A330neo e que não tinham sido encontradas a bordo "quaisquer substâncias que possam constituir um perigo para a saúde dos tripulantes e dos passageiros", nem "registo de insuficiência de oxigénio".
No mesmo texto, a TAP deu conta de uma carta da Airbus, em que a empresa dizia estar a acompanhar a situação e rejeitou ligações entre as náuseas e os odores.
No texto enviado pela Airbus lê-se que, durante o voo, a empresa identificou que “o arranque do motor poderia gerar odores na cabina” e explica que numa utilização contínua, superior a 100 segundos, “algumas gotas de óleo poderiam ser libertadas no compressor de alta pressão”, o que provocaria “cheiro a óleo durante a fase de táxi, descolagem e subida”.
A Airbus também comunicou que “durante as primeiras fases de serviço, o sistema de ar condicionado foi identificado como outra fonte de odores”.
A empresa afirma que já adotou medidas mitigadoras do efeito, mas acrescenta que “apesar destas duas origens terem sido solucionadas, os relatórios indicam que os odores ainda estão presentes”.