Pedro Nuno Santos acusou esta sexta-feira o cabeça de lista da AD por Santarém, Eduardo Oliveira e Sousa, de "negação climática", depois deste ter defendido em jantar-comício que "sempre existiram fenómenos extremos".
O líder do PS diz que este "já não é um caso isolado" e culpa Luís Montenegro por demarcar-se das declarações dos candidatos da sua coligação. "Temos um discurso divisionista no que diz respeito às migrações, temos depois o cabeça de lista por Santarém, apresentado como um grande especialista de agricultura, a fazer um discurso de negação climática. A emergência climática é uma realidade", afirmou, à margem de uma visita ao hospital da Cova da Beira, na Covilhã.
Para Pedro Nuno Santos, falar em milícias armadas na agricultura é "dividir o país".
"Não podemos continuar a ignorá-la [a emergência climática]. Ela atinge a agricultura, atinge os agricultores, os que sofrem com as alterações climáticas. Já se fala de milícias nos campos, nós precisamos de unir o país", contrapôs.
Na intervenção em Ourém, o o antigo presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) avisou que agricultores já falam em organizar milícias armadas perante "os roubos nos campos" e defendeu que "a floresta não é apenas um parque temático ou um armazém de carbono, é economia".
"Caros amigos, sempre houve fenómenos extremos, em 1945 o Tejo em Santarém atravessava-se a pé, nesse ano ocorreu um ciclone que derrubou uma mata em Salvaterra de Magos", afirmou, dando outros exemplos em que as notícias eram então "controladas pelo Estado central".
O cabeça de lista da AD por Santarém considerou que "o planeta tem vida a própria", admitindo que "as alterações em curso são diferentes e são mais recorrentes", e há que "deitar mão do conhecimento e dos meios técnicos" para diminuir os riscos.
O líder socialista respondeu também de uma assentada a Luís Montenegro e a Durão Barroso que acusou o líder do PS de ser o socialista mais esquerdista de sempre e sobre as acusações de o PS empobrecer o país, Pedro Nuno Santos recuou ao governo de Barroso.
"O líder da coligação faz um discurso sobre quem empobrece o povo português. Sobre isso terei a oportunidade de explicar quem é que, ao longo dos anos, começando em 2022, o ano em que Durão Barroso foi primeiro-ministro, para percebermos em que governos o povo ficou mais pobre, em que governo se conseguiu reduzir a pobreza.. Não podemos dividir portugueses", afirmou.