A Coreia do Norte condenou esta terça-feira a decisão do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, de enviar bombas de fragmentação para a Ucrânia, chamando-a de “ato criminoso” e exigindo um recuo imediato.
O facto de Biden admitir que era uma decisão difícil mostrou que o líder dos EUA estava consciente das consequências desastrosas do uso de bombas de fragmentação, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, Choe Son Hui, numa declaração à agência de notícias oficial.
“Em nome do governo da República Popular da Coreia do Norte, eu denuncio veementemente a decisão dos EUA em oferecer armas de destruição maciça à Ucrânia como um ato criminoso perigoso que traz uma nova calamidade ao mundo, e exijo que os Estados Unidos retratam imediatamente a decisão,” disse.
A Coreia do Norte tem forjado laços mais próximos com o Kremlin e apoiou Moscovo depois da invasão à Ucrânia, em fevereiro de 2022.
“Os EUA fizeram uma escolha muito perigosa que, mais uma vez, traz à tona as suas verdadeiras intenções” e “a agressão e o massacre como a sua política nacional e modo de existência”, acrescentou a chefe da diplomacia da Coreia do Norte.
Os Estados Unidos anunciaram na semana passada que enviariam à Ucrânia estas armas, controversas devido ao perigo que representam para os civis muito depois do conflito acabar, como parte de um pacote de ajuda militar de 800 milhões de dólares.
Muitos aliados e parceiros dos Estados Unidos da América na ajuda à Ucrânia integram os 111 Estados signatários para a Convenção sobre Bombas de Fragmentação, que proíbe todo o uso, armazenamento, produção e transferência de bombas de fragmentação, e entrou em vigor em 2010.
A Coreia do Norte não é signatária da convenção. A Rússia, a Ucrânia e os Estados Unidos também não assinaram a convenção.
A Ucrânia disse que a decisão dos Estados Unidos ajudaria o país a libertar território ucraniano, mas prometeu que as munições não seriam utilizadas na Rússia.
O Governo português também reagiu ao anuncio da administração liderada por Joe Biden. Numa declaração conjunta à agência Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Ministério da Defesa Nacional garantiram que Portugal irá continuar a apoiar a Ucrânia "pelo tempo que for necessário, nos planos político, militar, financeiro e humanitário", mas recordaram que Portugal é "signatário da Convenção de Oslo sobre Munições de Dispersão, que promove a proibição de bombas de fragmentação".