Veja também:
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, diz que a promessa da direita para a recuperação do tempo de serviço dos professores é “cheia de truques” e "anti-natural".
Num comício realizado esta quinta-feira à noite, em Leiria, Mariana Mortágua recorda que os professores foram aconselhados a emigrar pelo governo de Passos Coelho e, agora, na proposta de devolução do tempo de serviço “há sempre um mas” do líder do PSD, Luís Montenegro.
“Recuperar o tempo de serviço, mas se for possível, mas se for exequível”, alerta a coordenadora do Bloco de Esquerda.
E quanto aos professores, o PS também não fica melhor na fotografia tirada por Mariana Mortágua, que acusa o Governo de António Costa de “nunca ter hesitado em pôr o país contra os professores”.
Dos professores para a saúde, a líder do Bloco invoca o concurso para médicos de família que ficou, no ano passado, com 70% das vagas por ocupar e criticou a atuação do ministro da Saúde, Manuel Pizarro.
“O que disse o ministro da Saúde da maioria absoluta do PS? Que o concurso foi um sucesso. Faltou muito pouco para Manuel Pizarro dizer que o SNS está melhor, só o acesso aos utentes ao SNS está pior”, atirou Mariana Mortágua.
A líder do BE regressa ao tema do SNS durante um comício em Leiria, distrito por onde a caravana bloquista passa pela segunda vez nesta campanha eleitoral.
Recado ao Livre
Mariana Mortágua defendeu também que uma "esquerda forte" deve estar totalmente concentrada em derrotar a "aliança PSD/IL" e não em projetos de diálogo com estas forças políticas, mostrando-se surpreendida com a posição do Livre.
Na reta final do discurso no jantar-comício que decorre esta noite em Leiria, Mariana Mortágua referiu-se a declarações sobre cenários proferidas pelo porta-voz do Livre, Rui Tavares, que admitiu ter sido uma notícia que a surpreendeu.
"Quero apenas deixar uma nota sobre este tema e sobre estas declarações. Penso que devemos estar totalmente concentrados em derrotar a aliança PSD/IL e não em projetos de diálogos com esta aliança PSD/IL", criticou.
Segundo a coordenadora do BE, "este é o momento de lutar, este não é o momento de confundir", reiterando que é "possível derrotar a direita" e que os bloquistas não desistem desse objetivo.
"É possível derrotar a direita, é por isso que fazemos esta campanha, com esta clareza, com estes compromissos. Para travar a extrema-direita precisamos de uma esquerda forte, de um Governo que resolva as crises que alimentam o ressentimento e a desilusão", defendeu.
Mariana Mortágua citou ambas as declarações feitas hoje por Rui Tavares, a primeira das quais que se "afasta um bocadinho do resto da esquerda ao admitir que, em caso de vitória da direita, irá dialogar com o PSD e a IL".
"Disse o Rui Tavares, e cito, que a direita tem de ter com quem dialogar e que é possível fazer muita coisa em conjunto, com a IL e com o PSD, que é necessário para melhorar a nossa democracia. Poucas horas depois ouvi Rui Tavares também a dizer que estará sempre na oposição com a direita e não a negociar uma governação com a direita", referiu. .
Na opinião da líder bloquista, "essa esquerda forte, nos 50 anos do 25 de abril, sabe que não é com uma aliança PSD-IL que se vai melhorar a democracia", voltando com estas palavras a afastar-se da posição de Rui Tavares, que chegou a ser eleito eurodeputado como independente pelas listas do BE, cuja delegação acabou por abandonar em rutura com os bloquistas.
"O Bloco provará que é a alternativa que conta para o povo", prometeu Mortágua, passando depois a elencar os motivos pelos quais se deve votar no BE.