O número de mortos provocados pelo novo coronavírus (2019-nCoV) subiu esta quarta-feira para 490, com 64 mortes registadas na China nas últimas 24 horas, anunciaram as autoridades de saúde de Pequim.
O número total de pessoas infetadas com o novo coronavírus, detetado em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, colocada, entretanto, sob quarentena, aumentou para 24.324, indicam as autoridades chinesas.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há casos de infeção confirmados em mais de 20 países.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na semana passada uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
A diretora-geral da Saúde de Portugal, Graça Freitas, anunciou na terça-feira que há dois novos casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus, tendo os doentes sido encaminhados para internamento no hospital Curry Cabral, em Lisboa.
Os casos são de dois homens portugueses, com 40 e 44 anos, residentes na zona da Grande Lisboa, avançou Graça Freitas numa conferência de imprensa, na qual também esteve presente o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, e o diretor Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, Fernando Almeida.
Estes dois novos casos elevam para quatro os casos suspeitos em Portugal, sendo que os dois primeiros tiveram resultados negativos e os novos serão agora sujeitos a testes clínicos e epidemiológicos.
O primeiro caso de suspeita de infeção pelo novo coronavírus em Portugal foi reportado em 26 de janeiro num homem regressado da China e que esteve sob observação no Hospital Curry Cabral, por suspeita de infeção pelo novo vírus detetado naquele país e o segundo deu-se com um cidadão de nacionalidade estrangeira que deu entrada no Hospital de São João, no Porto, em 31 de janeiro.
Medidas de Pequim oferecem "janela de oportunidade" para impedir propagação
As "fortes medidas" do governo chinês contra o novo coronavírus oferecem uma "janela de oportunidade" para impedir a propagação mundial do vírus, que já matou mais de 400 pessoas na China continental, afirma a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Há uma janela de oportunidade graças às fortes medidas tomadas pela China no epicentro [do surto do novo coronavírus (2019-nCoV)]. Não podemos deixar esta janela de oportunidade passar", sublinhou esta terça-feira o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em Genebra (Suíça).
Tedros Adhanom Ghebreyesus também acusou alguns países de estarem "muito atrasados" na partilha de informações sobre casos de contaminação da nova infeção vírica e pediu uma maior solidariedade internacional para combater o surto de pneumonia viral.
"Dos 176 casos registados, até agora, fora da China, a OMS apenas recebeu formulários completos de notificação de 38% dos casos. Há países bastante desenvolvidos que estão muito atrasados na partilha de dados vitais para Organização Mundial da Saúde. Não considero que seja falta de capacidade", criticou o responsável.
O diretor-geral da OMS explicou que "sem dados mais completos", é "muito difícil" avaliar a evolução do surto do novo coronavírus, e garantir que são dadas as "recomendações mais adequadas".
Tedros Adhanom Ghebreyesus reiterou o apelo da organização para que os países não imponham restrições de voo e de comércio, uma vez que essas decisões podem aumentar "o medo e o estigma sem melhorar significativamente a saúde pública".