O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou esta sexta-feira
que o Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) é da responsabilidade do Governo
PS e da maioria que o apoia e não da oposição.
“O orçamento cabe ao Governo e à maioria que o apoia, por isso, se alguém está com a expectativa de embrulhar o PSD na responsabilização orçamental, como se costuma dizer, que tire o cavalinho da chuva”, disse o ex-primeiro-ministro durante uma visita à Feira Agrícola do Norte – AgroSemana, na Póvoa de Varzim.
Questionado sobre a apresentação de propostas para o orçamento, o social-democrata foi peremptório em esclarecer que é uma matéria que não está decidida, nem está trabalhada porque não há orçamento, nem proposta, portanto, “haverá tempo” para falar no assunto.
“Estou convencido que o Governo não terá uma dificuldade maior em apresentar ao parlamento uma proposta de orçamento que esteja mais ou menos de acordo com a vontade da maioria do parlamento e da maioria que apoia o Governo. É um processo que aguardaremos porque não passa por nós, não é connosco que o PS tem entendimento de Governo, não somos nós que temos intervenção nesse processo”, frisou.
“O PSD, na discussão do orçamento que vai ter lugar, não é parte negociadora, portanto, não vale a pena estar a criar expectativas sobre essa matéria”, realçou.
Passos Coelho salientou que o actual Governo é que tem a obrigação de apresentar uma proposta de orçamento que seja apoiada pela maioria no Parlamento, portanto, as negociações serão entre o PS, BE e PCP visando encontrar uma proposta que possa vingar.
“A proposta de orçamento reflecte sempre as opções políticas mais importantes de um governo, que não é o nosso”, acrescentou.
O líder do PSD disse ainda ter ficado “mais tranquilo” depois de ver o Presidente da República convicto sobre a redução do défice para 2,5%, mas não consegue ser “tão categórico” com os dados de que dispõe.
“Fico mais tranquilo ao ver o Presidente da República tão confiante nessa meta, mas eu, com os dados de que disponho, não posso tirar as mesmas conclusões. Mas talvez o Presidente da República disponha de mais informações que eu disponho e que a generalidade dos portugueses dispõe”, afirmou.
Na quinta-feira, o Presidente da República defendeu que é preciso esperar até ao final do ano para saber se o caminho económico do Governo teve sucesso ou não, mas manifestou-se confiante na redução do défice.
Já o primeiro-ministro, António Costa, adiantou que se está "a inverter, ainda que ligeiramente, a tendência que vinha de 2015, de desaceleração" da economia e o défice deste ano ficará "confortavelmente abaixo de 2,5%".