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O Papa Francisco assinalou, este Domingo, no Vaticano, a 33ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que este ano se celebra nas várias dioceses católicas, e denunciou as forças que querem silenciar as novas gerações.
“Há muitas maneiras de tornar os jovens silenciosos e invisíveis. Muitas maneiras de os anestesiar e adormecer para que não façam 'barulho', para que não se interroguem nem ponham em discussão”, alertou, durante a homilia da Missa do Domingo de Ramos, que reuniu dezenas de milhares de pessoas.
Na semana do escândalo que envolve o Facebook, a manipulação da opinião pública e as eventuais consequências em processos eleitorais, o Papa deixou importantes alertas sobre a utilização da mentira para condicionar o homem.
Sem nunca se referir aos casos em concreto, e partindo da imagem da entrada de Jesus em Jerusalém, Francisco afirmou que a manipulação destrói a esperança.
“É o grito produzido pelas ‘intrigas’ da autossuficiência, do orgulho e da soberba, que proclama sem problemas: ‘crucifica-O, crucifica-O!’ E deste modo, no fim, silencia-se a festa do povo, destrói-se a esperança, matam-se os sonhos, suprime-se a alegria”, afirmou.
“Deste modo, no fim, blinda-se o coração, resfria-se a caridade”, prosseguiu Francisco, durante a homilia da missa que celebrou na praça de São Pedro.
No Vaticano e em Roma estão milhares de jovens que participaram numa reunião com o Papa, de preparação do próximo Sínodo dos Bispos, em outubro. Ainda na homilia da missa de Domingo de Ramos, Francisco deixou-lhes um desafio: façam barulho.
“Queridos jovens, que estais aqui, a alegria que Jesus suscita em vós é, para alguns, motivo de aborrecimento e irritação, porque um jovem alegre é difícil de manipular”, assinalou, evocando o relato da Paixão de Jesus lido hoje nas igrejas de todo o mundo, na qual se ouve um grito dos fariseus, dirigido a Cristo: “Mestre, repreende os teus discípulos”.
A resposta de Jesus foi: “Digo-vos que, se eles se calarem, gritarão as pedras”.
"Queridos jovens, cabe a vós a decisão de gritar, cabe a vós decidir-vos pelo Hossana do domingo para não cair no «crucifica-O» de sexta-feira... E cabe a vós não ficar calados. Se os outros calam, se nós, idosos e responsáveis, silenciamos, se o mundo se cala e perde a alegria, pergunto-vos: vós gritareis?", terminou Francisco.