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O Governo ainda não fechou o plano de desconfinamento que o primeiro-ministro prometeu apresentar nesta quinta-feira, dia 11. Anuncia-se uma longa reunião do Conselho de Ministros que, na melhor das perspetivas, terá conferência de imprensa ao fim da tarde, depois de o Parlamento debater e aprovar novo prolongamento do estado de emergência.
O aumento do índice de transmissão da doença está a fazer subir as reservas à abertura e pode aumentar as divisões dentro do executivo sobre a dimensão e o ritmo do desconfinamento.
Nas reuniões que foi tendo com os partidos, o Governo não apresentou o plano. Ouviu, trocou ideias, mas não deu certezas. E as reuniões não foram públicas – ou seja, não foram divulgadas na agenda e não houve declarações à saída.
Também na reunião da concertação social não foi apresentado um plano definido, mas, à saída, o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, disse que será possível começar o desconfinamento antes da Páscoa.
As reuniões dos partidos com o Governo acabaram, desta vez, por se cruzar com as audiências com o Presidente da República. E foi depois da reunião com Marcelo que o líder do Chega anunciou que na próxima semana haverá já os primeiros sinais de desconfinamento com abertura das creches, a permissão de venda ao postigo e eventualmente até a abertura de livrarias.
A generalidade dos partidos defende a abertura das creches e a possibilidade de haver planos locais de desconfinamento, conforme a persistência da doença. A maioria dos partidos também defendeu, nas reuniões com o Governo, a abertura de barbeiros e cabeleireiros.
Contudo, o aumento do índice de contágio de que o Presidente deu conta aos partidos faz aumentar as cautelas e o líder do PSD disse mesmo que, se esse índice – o famoso R – subir até ao nível 1, não será possível avançar para abertura de nenhuma setor.
Já depois de Rui Rio falar, também o PS veio falar em cuidados, com o secretário-geral adjunto, José Luís Carneiro, a defender medidas rigorosas na Páscoa. Carneiro também manifestou preocupação com novas variantes que ganharam maior expressão já depois da reunião dos especialistas no Infarmed, na segunda-feira.
Ao fim do dia, foi o Presidente a dar mais um sinal de cautela, com o decreto de renovação do estado de emergência, em que aconselha cuidado nos “passos a dar no futuro próximo”. O Presidente praticamente não faz alterações ao diploma em vigor, o que deixa tudo em aberto para as decisões que o Governo conseguir tomar na reunião do Conselho de Ministros, nesta quinta-feira.