Roger Schmidt ainda não esqueceu Ricardo Horta e o antigo chefe do departamento de futebol do Benfica, Gaspar Ramos, não descarta a possibilidade de Rui Costa fazer uma última tentativa junto do presidente do Braga, António Salvador, para ir ao encontro do desejo do treinador.
Gaspar Ramos admite que o encaixe de 16 milhões de euros, realizado pelo Benfica com transferência de Yaremchuk para o Club Brugge, pode conduzir a um final feliz na novela Ricardo Horta.
“Penso que esse é o objetivo, desfazer-se de um jogador que, provavelmente, face à ideia do treinador, não atinge os seus objetivos e ir buscar outro que renda e produza dentro do modelo de jogo que o treinador quer, tem implementado e pretende melhorar o rendimento. Digamos que o Horta é um dos jogadores que, provavelmente, vinha preencher as falhas que o treinador entende que ainda existem na equipa”, declara Gaspar Ramos numa entrevista a Bola Branca.
O antigo dirigente do Benfica aguarda por algumas saídas do plantel até ao fecho do mercado a 1 de setembro.
Na opinião de Gaspar Ramos, as transferências de Weigl e Taarabt são inevitáveis para reduzir os encargos mensais na Luz e, quanto a reforços, diz não acreditar em soluções de última hora.
“Não é à pressa que se resolvem problemas. O plantel está mais ou menos equilibrado e o Benfica tem é de se desfazer de jogadores que estão a elevar a folha salarial. É preciso reduzi-la. No caso do Weigl, acho que o objetivo é esse, provocar uma descida da folha salarial face ao elevado ordenado que recebe. Não é pela falta de valor, porque ele tem efetivamente muito valor. Essa é a orientação, mas há outros casos como o Taarabt, que necessitam de sair, que têm ordenados elevados e que, naturalmente estão em excesso no plantel que, penso, não terá mais de vinte e seis jogadores”, declara.
Benfica deve manter Vlachodimos
Na mesma entrevista à Renascença, Gaspar Ramos defende a continuidade no plantel encarnado do guarda-redes Odysseas Vlachodimos que, a pouco mais de 48 horas do fecho da janela de transferências de verão, volta a ser colocado na esfera do Ajax.
Para Gaspar Ramos, a posição de guarda-redes não é um problema no Benfica de Roger Schmidt.
“Não podemos esquecer que Vlachodimos tem sido um guarda-redes que tem até evitado algumas derrotas do Benfica, nomeadamente na época passada e nesta época também já aconteceu isso. Considero-o um guarda-redes com grande potencial e que ainda vai melhorando. O Benfica deveria mantê-lo e, do meu ponto de vista não é essa a preocupação. Temos de nos preocupar com outras posições em que talvez a equipa tenha fragilidades e aí é o treinador que está a observar, mas no meu ponto de vista não será o problema do guarda-redes”, refere.
Liderança será fruto da revolução Schmidt
Se vencer o Paços de Ferreira nesta terça-feira, o Benfica consegue algo que lhe escapa desde a jornada 9 da época passada: liderar isolado a I Liga do futebol nacional.
Gaspar Ramos não valoriza o facto em si, mas o que ele significa pela mudança de estilo e de conteúdo que o treinador germânico Roger Schmidt trouxe ao futebol dos encarnados.
“O Benfica tem-se apresentado com uma atitude completamente diferente, com uma liderança diferente no plano do futebol, cem por cento positiva na medida em que até agora todos os jogos foram vitoriosos; isso é que me parece importante, a mudança que está a ser feita pelo novo treinador”, assinala Gaspar Ramos, antes de destacar aquele que tem sido, na sua opinião, um dos maiores méritos do técnico alemão do Benfica.
“Acho que ele não olha a nomes. Tem procurado avaliar as caraterísticas dos jogadores e utilizá-los de acordo com o seu modelo de jogo. Tem estado a resultar e vamos ver. É certo que até agora o Benfica ainda não defrontou uma equipa com potencial que nos possa dizer concretamente que as coisas vão resultar em pleno. Esperamos por confrontos mais difíceis para ver como a equipa se comporta, mas penso que a estratégia está certa e estou convencido que se vão atingir os objetivos”, remata.