“Vergonhosa resolução”. “Forte bofetada”. Duas reacções dos dois lados do conflito israelo-palestiniano à votação da ONU. O Conselho de Segurança aprovou uma resolução que exige o fim da construção de colonatos judeus nos territórios ocupados na Cisjordânia.
Para o Presidente palestiniano a resolução é um voto de apoio à solução de dois estados no Médio Oriente.
"A resolução do Conselho de Segurança é uma bofetada na política israelita. É uma condenação internacional absoluta, unânime, dos colonatos e um voto de apoio à solução de dois estados", disse Mahmud Abbas, em comunicado, difundido pela agência oficial Maan.
O secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, indicou que a resolução aprovada é uma "mensagem clara" contra a ocupação e os colonatos judeus.
"Esta é uma mensagem clara da comunidade internacional que, independentemente do que o Governo israelita faça, os colonatos do território ocupado são ilegais", afirmou Erekat.
"Israel rejeita a vergonhosa resolução"
Israel já garantiu que não vai cumprir a resolução aprovada esta sexta-feira pelo conselho de segurança da ONU.
"Israel rejeita a vergonhosa resolução da ONU anti-Israel e não está de acordo", informa o gabinete do primeiro-ministro israelita.
No comunicado, Benjamin Netanyahu salienta que, como o "conselho de segurança não faz nada para parar o massacre de meio milhão de pessoas na Síria, conspira contra a única verdadeira democracia do Médio Oriente, Israel, e qualifica o Muro das Lamentações [lugar mais sagrado do judaísmo] como um 'território ocupado", disse.
Netanyahu anunciou, entretanto, “uma série de medidas diplomáticas” contra a Nova Zelândia e o Senegal que foram dois dos quatro países que avançaram com a resolução votada. Por exemplo, os embaixadores nos dois países vão ser chamados a Israel “de imediato” “para consultas”.
Numa decisão histórica, os Estados Unidos abstiveram-se, em pleno Conselho de Segurança das Nações Unidas, na votação de uma resolução que exigia o fim da construção de colonatos judeus nos territórios ocupados na Cisjordânia.
O documento, apresentado por Nova Zelândia, Malásia, Venezuela e Senegal, um dia depois do Egipto ter retirado a sua proposta, recebeu 14 votos a favor e a abstenção norte-americana, a que se seguiu uma salva de palmas.
[Notícia actualizada às 9h30]