"O ultimato do Governo é uma precipitação, afirma a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins (BE), que não recua na reposição integral do tempo de serviço dos professores.
"Não há quaisquer sinais de crise no país", afirmou a líder bloquista em conferência de imprensa. “Para quê colocar instabilidade política onde há resultados concretos na vida das pessoas?", frisou.
Catarina Martins falava após o primeiro-ministro ter ameaçado com a demissão de o Parlamento aprovar, em votação final global, os nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço reivindicados pelos professores.
Catarina Martins afirma que o Bloco "tem hoje a posição que sempre teve" sobre a matéria e considera "dispensável" o "ultimato do Governo à direita".
A líder do BE argumenta que, deixar nas mãos da direita se a atual solução governativa cumpre a legislatura, "é triste e errado".
"Aprovámos quatro orçamentos, o aumento do Salário Mínimo Nacional, reposição de feriados, o fim do corte do subsídio de desemprego, gratuitidade dos manuais escolares, redução do IRS nos escalões mais baixos, fim da sobretaxa nas pensões, passes sociais... Não devemos atirar a toalha ao chão e desistir deste caminho", declarou Catarina Martins.
O primeiro-ministro afirmou esta sexta-feira que comunicou ao Presidente da República que o Governo se demitirá caso a contabilização total do tempo de serviço dos professores seja aprovada em votação final global.
António Costa diz que o país está perante "uma rutura irreparável com o compromisso de equilíbrio entre a devolução de rendimentos e direitos com a consolidação das contas públicas e compromete a credibilidade internacional de Portugal".