Covid-19. Lisboa tem mais de quatro mil casos ativos e Graça Freitas reprova ajuntamentos de pessoas
29-05-2020 - 12:42
 • Eduardo Soares da Silva

Diretora-geral da Saúde admite que "tem-se assistido à concentração de pessoas para lá do que é desejado", especialmente na zona de Lisboa e Vale do Tejo.

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A zona de Lisboa e Vale do Tejo tem aproximadamente 4.400 casos ativos de Covid-19, de um total de 11.652 casos ativos erm Portugal, o que representa cerca de 37% dos casos.

O atualização dos dados referentes à zona de Lisboa e Vale do Tejo, a que tem mais casos em todo o país, foi feita pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, em conferência de imprensa.

"A zona de Lisboa e Vale do Tejo tem cerca de 4.400 doentes ativos, que ainda não foram dados como recuperados. Por sua vez, recuperaram 5.700 e voltaram à sua vida normal. À data, 346 morreram nesta região. É uma situação complexa porque tem diversas causas. Seis grandes obras concentram cerca de 130 doentes, 340 casos em empresas, como no pólo da Azambuja, em lares e em bairros também", diz.

Graça Freitas apela para que a população, principalmente a mais jovem, evite concentrações, que se têm verificado na zona de Lisboa e Vale do Tejo e que contribuem para o aumento de casos.

"Nem todos os casos são em obras e empresas, muitos são no seio da comunidade. Há uma tendência para aliviar o comportamento. Ajuntamentos e aglomerados estão contraindicados. Os jovens têm tendência a ter doença mais ligeira, mas podem transmitir a pessoas mais idosas, grupos de risco, e perpetuar a transmissão. Não se está a conseguir evitar o risco das pessoas se concentrarem noutros espaços ou até ao ar livre. Tem-se assistido á concentração de pessoas para lá do que é desejado", atira.

Na quinta-feira, depois da reunião com os especialistas do Infarmed, o deputado do PSD Ricardo Batista Leite adiantou que Lisboa e Vale do Tejo "é a única região do país onde não se verifica uma descida contínua do número de óbitos, há aliás uma ligeira inversão da curva", esclareceu.

Mais dados por concelho

Graça Freitas anuncia ainda que a Direção-Geral da Saúde vai começar a disponibilizar mais dados, nomeadamente a estatística de casos ativos por concelho.

"Vamos disponilizar outro tipo de informação, esse pedido [casos ativos por concelho] pode estar contemplado, mas não só isso", afirma.

A porta-voz da DGS explica ainda, novamente, que foi decidido não realizar testes nos profissionais do pré-escolar, porque é possível que as crianças dessa idade tenham outros comportamentos que não os bebés das creches.

"Não há um plano para rastreio de funcionários no pré-escolar, só em situações pontuais de risco acrescido em que a autoridade de saúde local pode decidir. Considerou-se a nível nacional que este grupo etário já consegue observar outro tipo de regras", termina.

Portugal regista 1.383 mortes (mais 14 que na quinta-feira) e 31.946 casos (mais 350, o número mais alto desde 8 de maio e que supõe um aumento de 1,1%) confirmados de infeção pelo novo coronavírus, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).

O relatório desta sexta-feira, com dados atualizados até às 00h00 de quinta-feira, mostra uma subida de 274 no número de recuperados, para um total de 18.911. Ou seja, 59,2% das pessoas diagnosticadas com Covid-19 já recuperaram. Por outro lado, há mais 62 casos ativos: sobe para 11.652.