Inteligência artificial. A "revolução" que é capaz de "tirar poder de decisão" ao ser humano
13-06-2023 - 10:33
 • Sérgio Costa , Pedro Valente Lima

O comentador da Renascença sublinha que este tipo de tecnologia é algo "completamente diferente" e nunca antes visto, sobretudo pela sua capacidade de interferir com o próprio conceito de identidade humana.

O economista João Duque encara a Inteligência Artifical (IA) como uma "revolução completamente diferente" das anteriores, uma vez que questiona o poder de decisão e a capacidade de controlo do ser humano.

"Nós temos um sistema que, ao contrário dos anteriores e de todas as outras tecnologias, pode tomar decisões por nós. Nós criamos a bomba atómica, mas somos nós que decidimos quando a usamos. Aqui não. O sistema tira-nos poder de decisão e permite criar coisas do nada."

Nesta terça-feira em que o Parlamento Europeu debate a regulação da inteligência artificial, o comentador da Renascença realça a capacidade de a IA criar coisas "num espaço de tempo que não é humano".

E é precisamente no conceito de humanidade que João Duque também coloca a tónica das suas preocupações: a capacidade de esta tecnologia se comportar como uma pessoa real: "Até o próprio sistema pode ser preparado para errar como um humano. Portanto, isto torna quase impossível detetar quem está do lado de lá."

De acordo com o comentador, a tecnologia atual permite facilmente criar "réplicas com imagens de uma pessoa, com o som da voz dessa pessoa" em videochamadas ou videoconferências: "Deixámos de ter a garantia de que quem está do lado de lá é uma pessoa."

"Nós deixámos de poder acreditar que quem está do lado de lá no nosso mundo digital é uma pessoa, que corresponde a uma identidade de um humano. Isto muda tudo."

Numa semana em que a inteligência artificial volta a estar em cima da mesa no Parlamento Europeu, a Renascença foi a Estrasburgo ouvir o que os eurodeputados portugueses têm a dizer sobre esta nova realidade virtual. Veja o vídeo aqui: