D. Manuel Clemente lembra “atualidade” e “centralidade” do legado de Bento XVI
31-12-2022 - 14:08
 • Miguel Coelho , Cristina Nascimento

A nível pessoal, o cardeal patriarca de Lisboa recorda a “simpatia”, “cordialidade” e “serenidade” com que conversava com Bento XVI.

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O cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, recorda a “atualidade” e “centralidade” na figura de Jesus Cristo do legado de Bento XVI.

Na reação à morte do Papa Emérito, o cardeal Patriarca desenvolveu o seu pensamento a respeito de Bento XVI.

“É um Papa que está muito atento aos grandes debates culturais, sociais e religiosos do seu tempo e nunca se furtou a pronunciar-se sobre eles, quer no que diz respeito à vida interna da Igreja, quer no que diz respeito à relação com todos, à sociedade, às universidades, às academias, aos intelectuais, e fê-lo sempre com enorme clareza”, disse D. Manuel Clemente.

Nesta linha de pensamento, reforça que a clareza de Bento XVI era própria das “pessoas que efetivamente são muito inteligentes e que veem as coisas por dentro e encontram as palavras certas para se expressar”.

Noutro plano, D. Manuel Clemente lembra que o segundo aspeto do legado de Bento XVI refere-se à “centralidade da pessoa de Jesus Cristo”.

"Com tantas referências religiosas que há às vezes perde-se um pouco esta noção do que é o fulcral, o que é central, e desde o princípio para Bento XVI a pessoa de Jesus Cristo e a referência ao que Jesus Cristo disse, ao que Jesus Cristo fez e ao que daí se pode tirar como conclusão, quer espiritual, quer prático, é muito forte”, explica o cardeal patriarca.

Nestas declarações à Renascença. D. Manuel Clemente lembrou ainda a determinação de Bento XVI "quer no que diz respeito a assuntos complicados da vida interna da Igreja que era preciso corrigir", entre os quais, os casos de abuso sexual de menores por parte de pessoas ligadas à Igreja; e determinação "quando verificou que já não tinha condições físicas para continuar a exercer o seu ministério e tomou uma decisão que já não se tomava desde o princípio do século XV", numa atitude de "serenidade e paz".

A nível pessoal, cardeal patriarca de Lisboa recorda a “simpatia”, “cordialidade” e “serenidade” com que conversava com Bento XVI.