O Santuário de Fátima decidiu suspender três retiros de doentes previstos até a Páscoa devido à epidemia do coronavírus, revelou à Renascença a diretora de comunicação Carmo Rodeia.
“São pessoas que estão doentes, pessoas idosas na sua maioria, pessoas que têm uma especial vulnerabilidade e, por isso, entendemos como uma atitude responsável que, perante o quadro que existe em Portugal e perante as recomendações reforçadas pela autoridade de saúde, que haveria condições para que nós pudéssemos suspender esta atividade, mas, de resto, toda a normalidade no Santuário de Fátima prossegue naquilo que diz respeito às celebrações do seu programa oficial”, adianta Carmo Rodeia.
Os retiros “envolveriam, no total, cerca de 250 pessoas das dioceses de Viana do Castelo, Leiria-Fátima e do Porto. Um primeiro retiro começaria nesta terça-feira e prolongar-se-ia até 13 de março, o segundo de 26 a 29 de março, e o terceiro, de 2 a 5 de abril”.
A medida surge enquadrada no plano de contingência aprovado pelo santuário e que pode vir a levar a outras medidas.
“O plano de contingência do santuário está aprovado e será posto em marcha em função das exigências que se colocarem em cada um dos momentos e na direta proporcionalidade que essas exigências colocarem”, sublinha a diretora de comunicação.
Canceladas foram, entretanto, outras peregrinações e atividades organizadas por outras entidades, nomeadamente a visita de 23 grupos de vários países asiáticos, de Itália, Guatemala, Brasil e Espanha, mas também de Portugal.
“Todos estes grupos invocam esta situação epidémica que se vive em Portugal, sendo certo que no caso dos grupos estrangeiros, os cancelamentos também se prendem não tanto com as desconfianças em relação a virem a Fátima, mas sobretudo pela falta de mobilidade e pelos constrangimentos à mobilidade nos seus países de origem. Isto é válido sobretudo para a Ásia”, explica Carmo Rodeia.
Ao Santuário de Fátima continuam, contudo, a chegar peregrinos que vão acatando as mudanças de hábito pedidas pela Igreja, nomeadamente a comunhão na mão e a suspensão da saudação da paz.