“As pessoas estão em pânico”, relata ucraniana em Kiev
24-02-2022 - 17:05
 • Ana Catarina André

Em declarações à Renascença, uma jovem a viver em Kiev conta que está preparada para se refugiar num abrigo, em caso de bombardeamento, mas teme que nem todas as pessoas consigam encontrar estes locais.

Uma jovem de 26 anos, a viver na capital da Ucrânia, conta à Renascença que, desde que a Rússia começou a invadir o país, a situação é cada vez mais difícil.

“Esta manhã, fui às compras porque não tínhamos nem comida, nem água suficientes. Havia longas filas para tudo: lojas, farmácias, bancos. As pessoas estão em pânico”, conta a ucraniana, que pediu para não ser identificada por motivos de segurança. “Em duas lojas, consegui pagar com cartão, mas noutra usei dinheiro. As pessoas estão em pânico, mas tentam ajudar-se umas às outras.”

Em caso de bombardeamento, a ucraniana diz que está preparada para se refugiar num abrigo. “Tenho comigo uma mochila de emergência, água, e os meus documentos, diz. E acrescenta: “Em caso de alarme, temos de ir imediatamente para um dos locais seguros, debaixo do solo. O problema é que estes locais não estão preparados. Não tenho a certeza se todas as pessoas conseguem encontrar estes locais para permanecerem em segurança”, alerta a jovem.

À Renascença, conta também que na paróquia a que pertence, uma das poucas de rito católico, na cidade, as pessoas estão a mobilizar-se para recolher medicamentos e bens. “Recebi uma mensagem do padre, a dizer que a igreja está aberta e podemos ir lá, seja para rezar, seja se tivermos medo de ficar em casa”, conta a jovem, dizendo que “assim que tiver oportunidade, sairá da cidade.