O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a fazer pressão junto da NATO e criticou, esta terça-feira, os países da Aliança Atlântica por evitar definir um caminho para a adesão de Kiev.
De acordo com o jornal Politico, que cita um diplomata na NATO, o mais recente rascunho de comunicado final da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte declara que os países estarão “em posição de convidar a Ucrânia quando os aliados concordarem e forem cumpridas as condições”.
A linguagem do comunicado ainda não está finalizada, porém o rascunho foi o suficiente para provocar uma reação furiosa de Zelensky.
Numa mensagem publicada no Telegram e no Twitter, o Presidente ucraniano disse que a possibilidade de a Ucrânia não receber o convite para integrar a NATO constitui algo “absurdo”, e criticou a indecisão dos aliados.
“É sem precedentes e absurdo que não seja definido um prazo nem para o convite nem para a adesão da Ucrânia [à NATO]. Em vez disso, algumas palavras vagas sobre 'condições' são adicionadas até mesmo para convidar a Ucrânia", escreveu Volodymyr Zelensky.
O chefe de Estado da Ucrânia declarou que “parece que não há disposição para convidar a Ucrânia para a NATO ou para torná-la membro da Aliança”, acrescentando que “a Ucrânia também merece respeito”.
Zelensky insiste que a indecisão sobre a entrada da Ucrânia para a NATO dá à Rússia "motivação para continuar o seu terror", já que “incerteza é fraqueza”, e afirmou que vai discutir o assunto “abertamente” na cimeira de Vilnius.
Apenas momentos depois da mensagem de Zelensky ter sido publicada, o Presidente dos Estados Unidos anunciou que os membros da Aliança “concordaram com a linguagem” em relação à futura adesão da Ucrânia.
“Concordamos com a linguagem em relação à futura adesão da Ucrânia na NATO. Estamos à procura de uma NATO unida e firme”, disse Biden durante uma conferência de imprensa em Vilnius ao lado do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
Os aliados da NATO estão à procura de um compromisso que dê à Ucrânia um sinal claro de que se está a aproximar da aliança e, em simultâneo, que acalme os receios dos Estados Unidos da América e da Alemanha, que se mostram hesitantes em prometer agora que haveria uma adesão automática no fim do conflito com a Rússia.
Os 31 Estados-membros pretendem, por outro lado, reforçar, na cimeira que decorre em Vilnius esta terça e quarta-feira, a ideia de apoio a Kiev, e devem fortalecer a ajuda militar e trabalhar na questão da aproximação da Ucrânia à NATO, mas sem que isso signifique uma adesão imediata.