O major Vasco Brazão, antigo porta-voz da Policia Judiciária Militar, diz que, afinal, não houve nenhum encobrimento no processo de recuperação das armas furtadas em Tancos.
Numa declaração à saída do Campus da Justiça, em Lisboa, depois de ter sido ouvido como testemunha no julgamento das duas mortes no 127.º curso de Comandos, o militar corroborou aquela que tem sido a versão do agora ex-ministro Azeredo Lopes: que o memorando sobre a recuperação das armas fala num informador, sem se saber que esse informador tinha estado envolvido no furto.
“Relativamente a Tancos é nossa intenção colaborar com o Ministério Público na descoberta da verdade, assumindo as responsabilidades que tivermos que assumir de algum erro cometido. No entanto, nego em absoluto qualquer encobrimento de qualquer suspeito ou criminoso na recuperação do material. Trabalhámos sempre com um informador e foi essa a informação que foi passada ao gabinete do senhor ministro da Defesa”, disse.
O major também aproveitou para dizer que a discrepância entre o material roubado e o material recuperado foi de imediato comunicada às autoridades.
“Quanto às listagens que parecem aparecer, a diferença entre o material recuperado e aquele que foi furtado foi imediatamente informado o Ministério Público no dia da recuperação de todo o material encontrado e aquele que faltava e faltavam vários materiais, mas isso não é novidade”, acrescenta.