O Papa Francisco reforçou, nesta quarta-feira de manhã, os seus apelos à paz e à cooperação multilateral para o fim do armamento nuclear.
No final da habitual catequese das quartas-feiras, Francisco assinalou a entrada em vigor, na sexta-feira, do Tratado da Proibição das Armas Nucleares.
“Trata-se do primeiro instrumento internacional juridicamente vinculativo que proíbe explicitamente estas armas, cuja utilização tem um impacto indiscriminado e que atinge rapidamente uma enorme quantidade de pessoas, causando danos no ambiente de longa duração”, afirmou o Papa da “Laudato Si”.
Francisco encorajou, por isso, todos os Estados e todas a pessoas “a trabalhar com determinação para promover as condições necessárias para um mundo sem armas nucleares” e a contribuir “para o avanço da paz e construção da cooperação multilateral, da qual a humanidade hoje tanto precisa”.
O Tratado da Proibição das Armas Nucleares foi assinado em 2017 e já foi ratificado por 50 Estados, incluindo o Vaticano. Entra em vigor no próximo dia 22 de janeiro.
“O objetivo final da eliminação total das armas nucleares torna-se um desafio, mas também um imperativo moral e humanitário”, escreveu o Papa Francisco na Encíclica “Fratelli Tutti”, em outubro.
A Santa Sé ratificou ainda o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares.
São nove os países que hoje detêm armas nucleares: Estados Unidos (EUA), Rússia, Reino Unido, França, República Popular da China (os cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU), Israel, Índia, Paquistão e Coreia do Norte (República Popular Democrática da Coreia).
Bélgica, Alemanha, Itália, Holanda e a Turquia têm armas nucleares dos EUA no seu território e dezenas de países, como Portugal, pertencem a alianças militares com capacidade e "vocação" nuclear, como a NATO.