Já chegou à Madeira, no início da madrugada desta quarta-feira, o primeiro grupo de 35 operacionais para ajudar no combate ao incêndio que começou na tarde de segunda-feira. Levaram apenas material individual e já estão a actuar na zona da Boanova, uma das que sofreu um reacendimento.
O avião C295 regressou entretanto ao continente e já terá partido novamente, com mais reforços.
De acordo com o porta-voz das Forças Armadas, Coronel Rui Roque, vão ainda sair mais dois aviões em direcção à Madeira durante a manhã desta quarta-feira. No total, os três aparelhos transportam 88 operacionais, que levam material mais pesado.
É a resposta militar ao pedido da Autoridade Nacional de Protecção Civil. À Renascença, o Coronel Rui Roque garante que as Forças Armadas estão disponíveis para realizar outros voos, caso sejam solicitados.
Entre os elementos que viajaram para a ilha estão pessoas do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, médicos, enfermeiros e psicólogos do INEM.
À Madeira também já chegou o reforço proveniente dos Açores.
Exército apoia população desalojada
O porta-voz do Exército, Tenente Coronel Vicente Pereira, explicou esta manhã à Renascença que está a ser dado apoio às muitas centenas de pessoas afectadas pelo incêndio.
Os militares disponibilizam todos os seus recursos, desde infraestruturas a viaturas. Todos os que foram obrigados a deixar as suas casas encontram-se no Regimento de Guarnição nº 3, no Funchal. São cerca de 600 as pessoas aí alojadas de modo temporário.
Depois de uma noite de muito complicada, em que o vento forte e as elevadas temperaturas fizeram com que o fogo descesse ao centro do Funchal, provocando caos e pânico entre a população, destruição de casas e centenas de pessoas desalojadas, a situação parece mais calma.
Há, contudo, alguns reacendimentos, na zona da Boa Nova e perto da zona do Livramento, onde as pessoas estão a tirar as viaturas das suas residências para estacionar na antiga estrada do aeroporto e o trânsito está um caos.
Os bombeiros não conseguiram, durante a madrugada, salvar um dos hotéis mais emblemáticos da região, o Choupana Hills, que “acabou por ser totalmente destruído”, segundo o presidente da Câmara do Funchal, Paulo Cafofo.
No local, permanecem alguns operacionais, “por causa de um tanque de gás e algumas residências que estão nas proximidades”.
Na zona histórica da cidade, São Pedro, que ardeu na última noite, está também uma equipa de bombeiros a fazer o rescaldo.
Numa outra frente, os bombeiros estão a tentar evitar que as chamas cheguem a uma zona do Rabaçal, muito visitada por turistas.
Quanto a vítimas, há registo de três mortos e dois feridos graves.