Pelo menos 14 pessoas morreram, desde segunda-feira, devido às cheias e tempestades que atingiram a Turquia, Bulgária e Grécia, com regiões destes países a serem afetadas com tanta precipitação como num ano, divulgaram hoje as autoridades.
Na Turquia, de acordo com o último relatório, pelo menos sete pessoas morreram na madrugada de terça-feira, incluindo duas em Istambul.
O ministro do Interior, Ali Yerlikaya, apontou ainda para a existência de 31 feridos, incluindo oito ainda hospitalizados em Istambul, onde as ruas foram transformadas em rios.
Uma estação de metro ficou parcialmente inundada e dezenas de pessoas tiveram que ser retiradas de uma biblioteca municipal, segundo vários meios de comunicação nacionais.
As chuvas seguem-se a um verão particularmente seco, que viu os reservatórios de água nesta cidade de 16 milhões de habitantes caírem para o nível mais baixo em nove anos.
Na vizinha Bulgária, onde a chuva também parou ao meio-dia de quarta-feira (10 horas em Lisboa), pelo menos quatro pessoas morreram na costa do mar Negro, na terça-feira, enquanto milhares de turistas foram afetados.
O equivalente a vários meses de chuva caiu em 24 horas, algo inédito desde 1994, segundo o responsável das equipas de resgate, Alexandar Djartov.
Na Grécia, que faz fronteira com a Turquia e a Bulgária, a tempestade, que recebeu o nome de "Daniel", matou três pessoas desde a madrugada de segunda-feira.
"Este é o fenómeno mais extremo em termos de quantidade de água que caiu no espaço de 24 horas desde que a Grécia tem registo sobre o tema", frisou o ministro da Proteção Civil, Vassilis Kikilias, na terça-feira.
As chuvas torrenciais afetaram principalmente o departamento de Magnésia (centro) e a sua capital, a cidade portuária de Volos, a 331 quilómetros a norte de Atenas.
Prédios e ruas em Volos e aldeias vizinhas foram inundados por rios que transbordaram e criaram correntes.
Volos está sem eletricidade desde a noite de terça-feira e nas aldeias perto do Monte Pelion muitos edifícios e ruas foram gravemente danificados por inundações e deslizamentos de terra, constatou um jornalista da agência France-Presse (AFP) no local.
Esta tempestade surge depois de incêndios devastadores deste verão na Grécia, que causaram pelo menos 26 mortes, um dos quais, descrito como "o maior alguma vez registado" na União Europeia, devastou o parque nacional Dadia em Evros (Norte) durante duas semanas, em agosto.