O projeto de alta velocidade para Portugal pode sofrer um revés pelo facto do Governo entrar em gestão a seguir à aprovação do Orçamento do Estado, na sequência do pedido de demissão do primeiro-ministro, António Costa, e da decisão do Presidente da República de dissolver o Parlamento.
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, afirmou esta sexta-feira, no Parlamento, que Portugal deve apresentar, até janeiro do próximo ano, a candidatura ao financiamento comunitário do projeto.
"Se Portugal não se candidatar aos fundos do Connecting Europe Facility o país perderá 750 milhões de euros e o acesso a fundos europeus para qualquer projeto de alta velocidade seja em que ano for", afirmou o governante durante uma sessão de discussão na especialidade do Orçamento do Estado.
João Galamba classificou a linha de alta velocidade entre o Porto e Lisboa como "uma das infraestruturas mais decisivas das últimas e das próximas décadas no país" e pediu a criação de "um consenso entre todos os partidos", de forma ser possível candidatar o projeto a fundos comunitários e abrir o concurso internacional.
Até janeiro, garantiu, "o Governo continuará a avançar com todos os procedimentos necessários para a concretização deste projeto".
A verba em causa diz respeito ao troço Porto-Aveiro que corresponde à primeira fase da linha Porto-Lisboa, cujo arranque está previsto para 2028.