O ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu este sábado a campanha televisiva do Partido dos Trabalhadores (PT) que associa o Presidente Jair Bolsonaro ao canibalismo.
"Não estamos a inventar. Não é invenção. Não é campanha do Lula. É ele (Bolsonaro) a falar", disse Lula numa conferência de imprensa em Campinas, no interior de São Paulo Paulo, após um evento da campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais, que se realizam no próximo dia 30.
A campanha de Lula recuperou no seu tempo de antena na televisão um fragmento de uma entrevista concedida por Bolsonaro ao The New York Times em 2016, na época em que era deputado federal, na qual afirma que "comeria um índio sem problema nenhum".
Nesta entrevista, concedida ao jornalista Simon Romero, Bolsonaro, na altura deputado federal, afirmou que "comeria um índio sem problema nenhum".
"É para comer. Cozinha por dois ou três dias e come com banana. Eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara: 'se for, tem que comer'. Eu como! Aí a comitiva, ninguém quis ir. Eu comeria um índio sem problema nenhum", declarou, referindo-se à visita que fez ao estado "há uns oito, nove anos".
"Não é 'fake news'. Não é maldade, estamos a informar o povo como é o nosso adversário", justificou Lula perante os jornalistas.
A campanha de Bolsonaro interpôs recurso no Tribunal Superior Eleitoral para que Lula retire o fragmento de vídeo da sua propaganda eleitoral, considerando que a declaração foi "manipulada" e "seriamente tirada de contexto com dolo".
Lula da Silva ganhou a primeira volta das eleições com 48,4% dos votos, enquanto Bolsonaro obteve 43,2%.
Os dois competirão pela presidência na segunda volta marcada a 30 de outubro.
Segundo uma pesquisa divulgada sexta-feira pelo instituto Datafolha, Lula tem 49% de intenções de voto contra 44% para o líder da extrema-direita brasileira.