Veja também:
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que está a passar alguns dias de férias numa praia, irritou-se esta segunda-feira, quando uma mulher o questionou sobre as mais de 600 mil mortes que a Covid-19 já causou no país.
"Em que país não morreu gente?", perguntou Bolsonaro três vezes, que, diante da falta de resposta da mulher, acrescentou visivelmente chateado: "Olha, eu não vim aqui para me aborrecer".
O Brasil ultrapassou a barreira de 600 mil mortes devido à Covid-19 na última sexta-feira e, até agora, o chefe de Estado ainda não se pronunciou sobre a marca , que até então apenas foi ultrapassada pelos Estados Unidos.
Antes de ser questionado pela mulher, em conversa com alguns apoiantes na praia do Guarujá, em São Paulo, Bolsonaro garantiu que o país "está a sair dessa crise de saúde", considerando que a pandemia "praticamente acabou", tendo em conta a redução acentuada do número de mortes e infeções que foi registada nos últimos meses.
Essa queda vertical nas estatísticas tem sido atribuída, sobretudo, ao avanço da vacinação, que, esta segunda-feira, chega a 47% dos 213 milhões de brasileiros com o esquema vacinal completo, enquanto pouco mais de 70% tem apenas a primeira dose.
"Chamam-me de negacionista e demos 20 mil milhões de reais (cerca de 3,13 mil milhões de euros) para comprar vacinas", acrescentou o líder da extrema-direita brasileira, que desde o início da pandemia sempre minimizou a gravidade da mesma e passou a questionar a eficácia dos imunizantes.
Bolsonaro voltou a criticar a "política do fique em casa, a economia vem depois", em alusão aos confinamentos e a outras medidas que restringiram a mobilidade nos piores momentos da crise da saúde e que foram adotadas por governadores e prefeitos.
"Agora temos a inflação e todos pagamos a conta", disse o Presidente, que avaliou que a perda de poder aquisitivo dos brasileiros e o aumento de preços registados este ano, já próximos a 9%, são consequência dessas medidas restritivas.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo ao totalizar 601.011 óbitos e mais de 21,5 milhões de infeções pelo novo coronavírus.