Empresários contra exploração de petróleo no Algarve
28-06-2016 - 20:48
 • Ana Carrilho

Numa carta enviada à secretária de Estado do Turismo, a que a Renascença teve acesso, a Promosagres considera que admitir a prospecção de petróleo numa zona dedicada ao turismo de natureza "raia o absurdo".

A Promosagres - Associação Empresarial para a Promoção de Sagres quer que o actual Governo conteste o acordo feito o ano passado entre o anterior executivo de Passos Coelho e a Portfuel para a prospecção e produção de petróleo numa área do Algarve que abrange a zona de Sagres.

Numa carta enviada à secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, a que a Renascença teve acesso, a associação considera que admitir a prospecção de petróleo numa zona dedicada ao turismo de natureza "raia o absurdo".

A Promosagres sublinha que, ao longo da última década, os agentes públicos e privados têm feito um grande investimento para posicionar a região como destino de eleição para o turismo de natureza.

Uma estratégia vencedora que poderá ser posta em causa se o acordo feito com a empresa de Sousa Cintra for posto em prática. "No mesmo território não podem obviamente coabitar turismo sustentável e exploração petrolífera", refere o documento enviado pelos empresários a Ana Mendes Godinho.

Por isso consideram que, do ponto de vista económico, há razões para travar a exploração.

Lembra ainda que do ponto de vista jurídico, tudo aponta para a inviabilidade do contrato e que dá ao Estado o direito de o resolver.

Também o actual executivo socialista considera que os dois contratos feitos com Sousa Cintra são ilegais e por isso pediu um parecer ao conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República.

Na opinião do secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, os dois contratos assinados pelo ex-Secretário de Estado Jorge Moreira da Silva com a Portfuel, o ano passado, poucos dias antes das eleições legislativas, são os únicos que não apresentavam todos os elementos exigidos legalmente.

Moreira da Silva contesta e considera que está a ser alvo de um ataque selectivo, mal-intencionado e bem orquestrado.