O bispo do Porto, D. Manuel Linda, considera que, no caso da polémica recente de Odemira, “o drama coloca-se, agora, do lado de quem não ouviu”
D. Manuel Linda defende a tese de que, na situação que se vive naquela zona do Alentejo, “a Igreja cumpriu a sua missão”.
“Para além do anúncio, à Igreja incumbe-lhe fazer as grandes denuncias quando as situações o exigem”, diz o bispo do Porto, partindo desta premissa para exprimir alegria por se saber que “na arquidiocese de Évora e na diocese de Beja, as comissões diocesanas tiveram a iniciativa de denunciar aquilo que se sabia que estava mal”.
D. Manuel Linda considera a situação dramática, mas entende que “o drama se coloca agora do lado de quem não ouviu”, pois “a Igreja cumpriu a sua missão, como quase sempre a cumpre”.
“Quem não escutou, tem agora a consciência imputada e, porventura não só: pode vir a ser chamado a responder na justiça para explicar porque não fez nada apesar de saber da situação”, sublinha.
O bispo do Porto reafirma que “a Igreja tem de fazer essas denuncias quando as situações são de extrema gravidade. E lá, pelos vistos, eram. Depois, não tem de resolver as situações todas porque nós, por exemplo, não somos donos dos tribunais”.