O Governo espanhol emitiu uma declaração onde denuncia “ações coordenadas de grupos violentos” para “acabar com a coexistência” na Catalunha.
Os protestos continuam a subir de tom na Catalunha como reação à decisão, anunciada pelo Supremo Tribunal espanhol, de condenar os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha a penas de até 13 anos de prisão.
Escreve o jornal “El País” que a posição do Executivo foi tomada pouco depois de o presidente do maior partido da oposição em Espanha, o popular Pablo Casado, ter pedido que fosse ativada a Lei da Segurança Nacional face aos violentos distúrbios na Catalunha.
“Face aos violentos distúrbios que aumentam a tensão na Catalunha, Sánchez deve ativar a Lei de Segurança Nacional para que nenhum corpo policial fique sujeito a diretrizes dos independentistas e consiga proteger a sua integridade”, afirmou Casado numa mensagem divulgada na rede social Twitter.
Embora sem mencionar que ação específica pretende tomar, o Governo sublinhou, no comunicado, o trabalho das forças de segurança e a coordenação entre Mossos d’Esquadra (polícia catalã), polícia nacional e guarda civil, garantindo que agirá com “firmeza, proporcionalidade” e “unidade” com os restantes partidos políticos.
“A violência desta noite está a generalizar-se a todos os protestos. Grupos violentos de manifestantes atacaram a sede das subdelegações em Tarragona, Girona e Lleida e estão a destruir e vandalizar outras cidades catalãs”, refere.
“É evidente que não estamos perante um movimento de cidadãos pacíficos, mas coordenados por grupos que usam a violência nas ruas para acabar com a coexistência na Catalunha”, acrescentou o comunicado do Governo de Pedro Sánchez.
Segundo o balanço da última noite, há a registar 25 detidos e 74 feridos. Barcelona tornou-se no cenário de uma batalha campal entre polícias e manifestantes, que construíram barricadas, queimaram mobiliário urbano e pneus, fizeram fogueiras e atiraram pedras e petardos contra os polícias.
Agendadas "Marchas pela liberdade"
Os catalães pró-independendência agendaram “Marchas pela liberdade” para os próximos dias. Segundo o jornal La Vanguardia, vão ser feitas uma série de caminhadas a partir de diferentes pontos na Catalunha (Tarragona, Tàrrega, Berga, Vic e Girona) que vão terminar em Barcelona na sexta-feira.
Segundo os organizadores - Assembleia Nacional Catalã (ANC) e Òmnium Cultural - o objetivo é coincidir com o dia para o qual está agendada uma greve geral, convocada por vários sindicatos independentistas.
O Tribunal Supremo espanhol condenou na segunda-feira os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha a penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão, no caso do ex-vice-presidente do governo catalão.
Assim que foi conhecida a sentença, uma série de grupos de independentistas iniciaram movimentos de protesto em todo o território da comunidade autónoma espanhola mais rica.
51 detidos até agora
As forças de segurança já detiveram 51 pessoas desde o início dos atos de violência que começaram na segunda-feira na região espanhola da Catalunha, segundo dados provisórios fornecidos pelo Governo espanhol.
Os números dão ainda conta de 72 feridos entre os polícias que tomaram parte nas operações de manutenção da ordem - 54 polícias regionais e 18 nacionais -, mas não fazem referência aos casos entre os manifestantes.