“Rosarium: alegria e luz, dor e glória – o Rosário como caminho para a paz” é o nome da nova exposição temporária que o santuário de Fátima inaugura neste sábado no Convivium de Santo Agostinho.
Trata-se de uma exposição que, segundo o diretor do Museu do Santuário “pretende meditar nos mistérios que são olhados pelos crentes como mistérios quer da humanidade quer de Deus”.
No final de uma visita guiada aos jornalistas, Marco Daniel Duarte revelou que a mostra “inicia-se com uma primeira parte que está mais ligada ao instrumento de rezar”, ou seja, o próprio terço ou rosário “enquanto conjunto de contas que leva os fiéis a olharem para os mistérios da vida de cristo”.
O segundo núcleo dá início a um percurso que propõe a “contemplação”.
Em quatro cenários que correspondem aos ciclos dos mistérios do rosário, “os mistérios da alegria, os mistérios da luz, os mistérios da dor e os mistérios da glória”, os visitantes são induzidos a contemplarem “peças de arte antiga e arte contemporânea” que ilustram cada um desses mistérios.
“A contemplação é feita ao mesmo tempo que se faz um percurso através de um grande rosário, uma peça feita em 2017 por Joana Vasconcelos para comemorar o centenário das aparições”.
Trata-se, segundo Marco Daniel Duarte, de uma “peça âncora intitulada “Suspensão” que propõe uma reflexão sobre um dos grandes pedidos que Nossa Senhora fez na Cova da Iria: rezar o Terço para alcançar a paz.
Com uma cruz que “é inspirada nas proporções do Homem de Vitrúvio de Leonard Da Vinci”, a peça “mostra a ideia de a humanidade ser convidada a aderir a esse pedido de rezar pela paz no mundo”.
Joana Vasconcelos, entre "o passado e o futuro"
Para a autora, a exposição é particularmente significativa por possibilitar “o encontro entre a arte antiga e a contemporânea”.
Em declarações aos jornalistas, Joana Vasconcelos afirmou que “a minha peça é inspirada no Leonard Da Vinci, é inspirada num passado, mas também tenta trazer uma dimensão de futuro e de presente”.
A artista lembrou que a exposição foi criada para estar na vertical, como aconteceu em 2017, no alto do recinto de oração. “Vê-la hoje aqui, na horizontal, ainda mais extraordinário é, porque é como se tivéssemos feito a verticalidade na horizontalidade e essas duas dimensões criam os dois eixos que são a cruz”.
“Tínhamos, na altura feito a vertical, agora fizemos a horizontal e isso cria uma ligação à Terra muito mais forte e este círculo faz-nos uma forte ligação à Terra, ao presente e à dimensão da paz que é tão necessária no presente como foi no passado”, acrescentou a artista.
Terços de anónimos e conhecidos
Mas a exposição é também uma oportunidade para o santuário mostrar algum do seu importante espólio.
Uma parte é constituída por Terços “de peregrinos anónimos”, mas “há também Terços de figuras conhecidas do catolicismo contemporâneo, nomeadamente dos Papas que estão ligados a Fátima”.
Assim, revelou o diretor, há Terços “do Papa Bento XV, que era o Papa que pontificava na época das aparições, mas também do Papa Paulo VI, quando visitou o santuário de Fátima, do Papa João Paulo II, quando veio agradecer o facto de ter sobrevivido ao atentado de 1981.
Igualmente expostos estão o Terço que o Papa Francisco ofereceu a Nossa Senhora de Fátima, o Terço do Padre Pio, o Terço da Madre Teresa de Calcutá e o Terço dos pescadores de Caxinas, “pessoas de uma fé inabalável” e que “estavam ligadas a Nossa Senhora naquela hora de provação do naufrágio”.
A exposição é inaugurada neste sábado às 14h30 e vai estar patente durante cerca de um ano no Convivium de Santo Agostinho, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade.