A Cáritas Portuguesa está a ter dificuldades em dar resposta ao elevado aumento de pedidos de ajuda. O cenário é admitido pela presidente da instituição, numa altura em que as necessidades estão a aumentar com os pedidos a duplicar, e que vão desde o pagamento de rendas, luz e água, à compra de medicamentos para crianças.
“É uma rede enorme que está, neste momento, apostada em tentar fazer sair Portugal desta crise, mas nós não temos e vivemos uma situação complicada, porque nós temos várias Cáritas diocesanas que suportam a sua ação no peditório nacional e este ano nós não o vamos poder fazer, como já o ano passado não fizemos”, afirma Rita Valadas.
A Cáritas Portuguesa está a apelar à solidariedade dos portugueses no contexto da sua semana nacional, que vai decorrer entre 28 de fevereiro e 7 de março, para apoiar os seus beneficiários.
A Semana Nacional acontece todos os anos, nos dias que antecedem o Dia Cáritas, instituído pela Conferência Episcopal Portuguesa no terceiro domingo da quaresma, este ano a 7 de março.
Com o tema “Cáritas 65 Anos: O Amor que Transforma”, a iniciativa procura destacar a ação da instituição da Igreja Católica no combate à pobreza e exclusão social.
Devido ao confinamento, o peditório nacional vai ser desenvolvido online, visando a “angariação de verbas que vão reforçar a capacidade da rede Cáritas na resposta aos atendimentos sociais e no desenvolvimento e implementação de projeto sociais locais”.
A presidente da Cáritas Portuguesa observa que, “na proximidade, toda a gente conhece a Cáritas e pode ajudar”, realçando que através do peditório online todos podem contribuir, através de “MBWAY ou através do multibanco”.
“Se todos nos esforçarmos à nossa medida, eu tenho a certeza que a Cáritas pode chegar mais perto e ajudar mais gente”, afirma a responsável.
De acordo com a Cáritas Portuguesa, em 2020, a rede Cáritas atribuiu apoios financeiros, diretos à população, de “cerca 1.5 milhões de euros, ao qual se somam, ainda, os apoios em produtos alimentares e bens essenciais bem como outras respostas sociais de emergência”.
“Desde abril de 2020 a fevereiro de 2021, através da implementação do programa nacional ‘Vamos Inverter a Curva da Pobreza em Portugal’, foi possível responder diretamente a cerca de 10 mil pessoas, que viram os seus rendimentos afetados pela Covid-19, um apoio que corresponde a cerca de 10% do total de apoios da rede nacional”, realça a instituição da Igreja.
A redução significativa de rendimentos pela perda de posto de trabalho ou por rendimentos insuficientes, seja salário ou reforma, são as principais razões que motivam o apoio da Cáritas que tem respondido com o pagamento de rendas de habitação, despesas de saúde e medicamentos e pagamento de despesas de eletricidade.