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"Vilipendiados" por muitos e "conhecidos por todos", os rankings das escolas são o "instrumento mais poderoso para provocar mudança no sistema educativo", defende o diretor-executivo da Associação dos Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo (AEEP).
Para Rodrigo Queiroz e Melo, “muita gente vilipendia os rankings, mas todos os conhecem”. E sugere “que há mais pessoas que sabem a posição da sua escola no ranking do que aqueles que leram os decretos-lei do currículo”.
Este responsável aponta os “projetos educativos bem definidos, professores empenhados e famílias que têm expectativas muito fortes do colégio” como fatores fundamentais para o sucesso dos alunos.
À Renascença, Rodrigo Queiroz e Melo destaca, no entanto, como “vantagem competitiva enorme” a possibilidade de os colégios recrutarem diretamente os docentes”.
O líder da AEEP alega que “faz toda a diferença eu ir trabalhar para um colégio onde quero estar e onde sou recrutado pela pessoa que é responsável pelo colégio ou eu ser contratado por um algoritmo que me manda para um qualquer sítio”,
“Não há dúvida que a estabilidade das equipas educativas é aqui uma vantagem muito grande para os alunos que estão nos colégios”, sublinha.
Nestas declarações à Renascença a propósito do Ranking das Escolas 2021, Rodrigo Queiroz e Melo garante que os colégios “têm conseguido preencher todas as necessidades e que não há alunos sem aulas”.
Exames só para aceder à universidade mantêm privados no topo
Rodrigo Queiroz e Melo admite à Renascença que os colégios tinham “alguma preocupação” que a alteração dos exames do secundário “pudesse ter algum impacto e veio-se a demonstrar que não tem”.
O diretor-executivo da AEEP destaca que “neste momento são muito mais iguais os alunos que vão a exame, uma vez que os alunos mais difíceis, que apenas precisam de completar o secundário, não fazem exames”.
Sublinha, por isso, “que mesmo nessas circunstâncias haja uma preponderância tão grande de ensino privado, que não alterou nada nas posições relativas”.
Para Rodrigo Queiroz, isto “é um facto que não pode deixar de ser olhado pelos responsáveis”.
Abrir portas aos licenciados que queiram ser professores
O diretor-executivo da AEEP defende que é preciso “alterar a lógica do recrutamento para permitir a entrada de novo talento nas escolas”.
Explica que “esta lógica da formação inicial de professores, que implica que alguém aos 18 anos decida que quer ser professor e tire um curso que só lhe dá para ser professor, não faz nenhum sentido”.
Rodrigo Queiroz e Melo considera mesmo “absurda” a regulamentação atual que só deixa entrar no sistema quem tem uma determinada licenciatura via de ensino.
Diz que a proposta que a AEEP faz ao ministro da Educação “é muito simples: não é preciso refazer tudo, como se a formação inicial de professores fosse a solução para o problema, o que é preciso é permitir muito maior flexibilidade quer na formação quer depois no exercício profissional”.
Defende “que para se ser professor tem de se ter uma sólida formação teórica e formação prática e didática, adiantando “que é possível em serviço formar os nossos professores”.
Formação inicial de professores com solução do século XIX
Ter mais professores nas escolas não se resolve com mudanças na formação inicial, acredita Rodrigo Queiroz e Melo
Entende que “não é por alterarem os currículos da formação inicial que eles se vão tornar mais aliciantes”. Aliás, o diretor-executivo da AEEP aponta como um dos problemas base o facto desses “cursos não terem valor de mercado suficiente para que alguém diga: ‘vou fazer este curso e depois vou ser professor, vou para uma empresa ou vou abrir o meu negócio’”.
Rodrigo Queiroz e Melo mantém o tom crítico para dizer que “é desinteressante” se o grupo de trabalho, criado pelo ministro da Educação, servir apenas para repensar as escolas superiores de educação e os cursos via de ensino.
“Isso é uma abordagem do século XIX para um problema do século XXI”. afirma. Para este responsável, doutorado em Ciências da Educação, estes grupos de trabalho partem de um pressuposto errado e não têm futuro”.
A solução, defende Rodrigo Queiroz e Melo, passa por “deixar os jovens fazer as suas licenciaturas” e depois, aqueles “que tenham talento ou vontade”, terão “a formação adicional que necessitam para poderem trabalhar nos colégios”.