O Automóvel Clube de Portugal (ACP) volta a apelar ao Governo para agravar as penalizações sobre os automobilistas que conduzem sob efeito do álcool.
A insistência resulta da divulgação mais recente dos dados sobre a sinistralidade rodoviária que, segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, resulta directamente da ingestão excessiva de bebidas alcoólicas.
De acordo com o “Jornal de Notícias”, mais de um terço dos condutores que morreram ao volante no ano passado apresentava taxas de alcoolemia acima dos limites legais. Em alguns casos, acima da taxa crime: igual ou superior a 1,2 gramas por litro de sangue.
Carlos Barbosa, presidente do ACP, o maior clube português em número de associados, considera que cabe ao Governo legislar no sentido de endurecer as penas para os infractores. Até porque, acrescenta, muitos automobilistas parecem não ter consciência dos riscos associados à condução sob efeito do álcool.
Segundo a edição desta terça-feira do JN, o número de vítimas mortais nas estradas devido ao excesso de álcool aumentou em 2016. Mais de um quinto das autópsias acusou uma taxa-crime.
O jornal cita números da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária e refere que, em quase 600 mortos em acidentes de viação, mais de 200 apresentavam taxas de alcoolemia que superam os limites legais. Um número superior ao de 2015.
Nos últimos dois anos, o número de infracções por excesso de álcool aumentaram, com particular incidência nas contraordenações muito graves, que passaram de 14 mil em 2015 para quase 16.500 no ano passado.
Quanto aos números deste ano, também não são propriamente animadores: no primeiro semestre de 2017, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária contabiliza 237 nas estradas nacionais.
Os dados parecem colocar em causa as metas previstas na Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária, que previa a redução do número de condutores mortos com taxa de álcool para os 25%.