O bispo auxiliar de Lisboa, nomeado no domingo cardeal pelo Papa Francisco, diz que o objetivo da sua deslocação à Ucrânia é ter um gesto de proximidade para com os jovens ucranianos que não poderão participar na Jornada Mundial da Juventude.
Já quanto à data e local exato da visita não são revelados por motivos de segurança.
“Haverá um encontro de jovens, muitos jovens, que é costume no santuário que eu não sei dizer o nome, e que infelizmente não podem participar na jornada, e o gesto que queremos significar é: eles não podem vir até cá, nós vamos até lá para lhes dizer que estamos unidos de coração, de sentimento, de ajuda, de partilha, e que queremos a paz, acima de tudo queremos a paz”, diz D. Américo Aguiar.
Nestas declarações à Renascença, o presidente da Fundação JMJ acrescenta ainda que “não fazemos juízos sobre ninguém, mas queremos dizer que eles não podem vir cá, a montanha não pode vir a Maomé, ou Maomé não pode ir à montanha, assim será um gesto da nossa parte de ir ao encontro destes jovens que vivem numa situação inimaginável (…)”.
Gratidão pelas mensagens recebidas
O recém-nomeado cardeal aproveitou ainda para agradecer as muitas mensagens que tem recebido, pedindo – à semelhança do que costuma fazer o Papa Francisco – que rezem por si.
“Pela primeira vez na vida, não consigo corresponder aos SMS, ao WhatsApp e aos e-mails, não consigo”, conta, aproveitando a Renascença “para agradecer a todos, esmagadoramente anónimos, que fazem chegar a alegria e oração, e tudo isso. E o Senhor Presidente da República, Senhor Primeiro-Ministro, Presidente da República, vários responsáveis partidários. Não quero dizer toda a gente, porque senão parece que me estou a ‘armar ao cágado’, mas agradecer muito, na impossibilidade de o fazer um a um, agradecer muito, e principalmente agradecer que rezem”.
Disponível para acolher a vontade do Papa
Sobre a possibilidade de vir a ser também escolhido para ser o próximo Patriarca de Lisboa, como adiantou já o presidente da República, D. Américo Aguiar diz que as conversas entre Marcelo e o Papa são entre chefes de Estado. Pessoalmente pode apenas garantir que aceitará se for essa a vontade do Papa.
“Os chefes de Estado - o Santo Padre é chefe de Estado, o senhor Presidente da República é chefe de Estado -, eles que falem um com o outro sobre essas temáticas de Estado”, começa por afirmar, acrescentando que “no diz respeito a mim, aquilo que já disse e tenho dito sempre - ainda para mais agora, nesta circunstância -, nós estamos a rezar para que Setúbal tenha um bispo, estamos a rezar para que quando o senhor Patriarca chegar à situação de ser substituído, Lisboa também tenha um pastor”.
“O que dizemos às pessoas é que rezem para que Deus dê um pastor a essas comunidades. E um dia destes, Deus vai dar um pastor a essas comunidades, e nós rezamos agradecendo o pastor que Deus deu às comunidades. Se for eu, podem contar que digo que sim. Se for outro, podem contar que eu rezo por ele”, completa.